Evento acontece neste sábado, 12, às 21h30 (Foto: Loriza Lacerda)

Assíduo frequentador do palco do Cine-Theatro Central da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), o cantor e compositor Ney Matogrosso está de volta ao teatro, agora com sua turnê  “Bloco na Rua”, com repertório, figurino, banda e danças para uma noite marcante. O show acontece neste sábado, dia 12, às 21h30.

As últimas turnês do artista no Central foram em 2007, com “Inclassificáveis”, em 2009, com “Beijo Bandido”, e, em 2013, com “Atento aos Sinais”. Em um de seus reencontros com o teatro, o cantor declarou que “a emoção de retornar ao Central é um prazer indescritível.”

Repertório

Em entrevista ao programa  Metrópolis da TV Cultura, o músico falou da opção por  se inspirar para o título da nova turnê com a música  “Eu Quero é Botar Meu Bloco na Rua”, canção de protesto de Sérgio Sampaio lançada na época da ditadura militar, que ele também canta no show. “É uma música que eu queria cantar há muitos anos. Ela me dá uma… indica uma coisa de movimento assim, sabe? Então é uma música muito boa para abertura.”

O repertório traz uma mistura de composições próprias do artista, interpretações que ficaram conhecidas em sua voz, parcerias, além  de canções de outros músicos, como “Mulher Barriguda”, gravada por ele para o primeiro álbum do Secos e Molhados; “A  Maçã”, de Raul Seixas; “Jardins da Babilônia”, de Rita Lee & Tutti Fruti; “Álcool”, de DJ Dolores (e parte da trilha sonora do filme Tatuagem, de Hilton Lacerda); “Como Dois e Dois”, de Caetano Veloso; “Feira  Moderna”, do trio Beto Guedes, Lô Borges e Fernando Brant, entre outras. 

Quando questionado sobre a escolha do repertório, Ney diz: “Despreocupado, sabe? Só cantar o que eu gostaria de cantar. Eu fui armando um roteiro, que depois é que eu vi que tem uma  mensagem, mas eu não procurei mensagem explícita. É a mesma coisa que eu tenho sempre, de inconformismo, de não submissão.”

O figurino para a turnê foi criado pelo estilista Lino Villaventura e prevê um único modelo, sem nenhuma troca de roupa.  Já Luiz Stein cuidou do cenário, que é composto por projeções, e Juarez Farinon assina a luz do espetáculo. A banda é formada por Sacha  Amback (direção musical e teclado), Marcos Suzano e Felipe Roseno (percussão), Dunga (baixo), Mauricio Negão (guitarra), Aquiles Moraes (trompete) e Everson Moraes (trombone).

Vitalidade

“Quem tem a força de saber que existe/E no centro da  própria engrenagem/ Inventa a contra-mola que resiste”, cantava Ney nos Secos & Molhados, que o projetou no cenário nacional da MPB nos anos 1970. Hoje, aos 77 anos, o cantor continua vivendo entre  palcos com toda a sua irreverência e vitalidade.  

O músico começou sua carreira entre a atuação e o canto. Foi coralista, participando de um grande coral em Brasília, e seu naipe vocal era  tenor, mas logo descobriu que podia alcançar o contralto, algo raro. Integrou o Secos & Molhados ao lado de João Ricardo e Gérson Conrad, e depois partiu para carreira solo.

Com performances teatrais, maquiagens expressivas, figurinos exóticos carregados de penas, plumas e paetês, encarnava o verdadeiro pavão misterioso, o pássaro formoso da música que o cantor Ednardo compôs – que Ney mais tarde incorporaria a seu repertório. Conquistou o país inteiro, lançou diversos discos  e DVDs. Recentemente, atuou em filmes de Raphael Saar e Helena Ignez, e em 2014 foi personagem de um documentário, Olho Nu, dirigido por Joel Pizzini.

O  Cine-Theatro  Central fica na Praça  João Pessoa, s/n, no Centro.

Outras informações: (32) 3231-4051- Cine-Theatro Central