Pesquisadora do Departamento de Biologia da UFJF, Jacy Gameiro, conversa com estudantes da Escola Estadual Duque de Caxias (Foto: Maria Otávia Rezende/UFJF)

“Pensar em ciência é pensar em bem-estar social”. Com esta afirmação, a pesquisadora Jacy Gameiro, do Departamento de Biologia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), deu o tom do bate-papo com alunos do 2º e 3º anos do ensino médio da Escola Estadual Duque de Caxias. O encontro faz parte do projeto de extensão “A Ciência que Fazemos”. Jacy iniciou a conversa contando sobre sua trajetória escolar, feita integralmente em escolas públicas. “É importante vocês saberem a importância dos professores para nossa formação e para a definição da carreira acadêmica que vamos seguir. Não só os professores de biologia, minha área, foram importantes para mim; todos contribuíram para que eu visse a ciência de forma interessante”, disse. 

De acordo com a pesquisadora, a decisão de ser cientista significa estar aberto a oportunidades diferentes. “Mesmo tendo nascido em São Paulo, minha vida acadêmica me trouxe para Juiz de Fora. A universidade é interessante justamente pela grande diversidade, o que nos possibilita desenvolver múltiplas coisas. Ser cientista é ver várias possibilidades na nossa frente.” Ainda sobre diversidade, Jacy afirmou a importância de mulheres ocuparem cada vez mais o ambiente acadêmico: “Ainda não é ideal, mas já foi mais difícil. Hoje somos mais de 50% na universidade. Para a educação continuar pública, vocês precisam ocupar esse espaço que é de vocês”, ressaltou.

Hipóteses erradas

Alunos se divertem com a experiência prática de definir o tipo sanguíneo de cada um (Foto: Maria Otávia Rezende/UFJF)

Jacy, que trabalha com imunologia, contou que desenvolve pesquisa sobre as influências da obesidade no câncer de mama. “Cientista hipotetiza errado também”, explicou. Ela afirmou ter acreditado que os efeitos da malária seriam parecidos com os do câncer, mas por meio de experimentos em laboratório observou não ser bem assim e hoje pesquisa por outras linhas.

Para demonstrar um processo de pesquisa feito em laboratório realizou, com as professoras da escola, o processo para definir o tipo sanguíneo para os alunos, que formavam rodinhas para ver as reações químicas do sangue. 

A pesquisadora agradeceu aos alunos, que ainda comentavam sobre a experiência. “Aqui na escola não tem laboratório; por isso foi muito interessante, diferente. Gostei de ver a parte do sangue”, disse a aluna Celeste da Silva do segundo ano. 

O projeto
O encontro entre os cientistas e a comunidade é uma iniciativa do projeto “A ciência que fazemos”, criado pela Coordenação de Divulgação Científica da Diretoria de Imagem Institucional da UFJF. Um dos objetivos da iniciativa é justamente possibilitar a aproximação entre os cientistas e os estudantes da formação de base, levando para dentro das escolas uma fração dos estudos desenvolvidos na Universidade, para mostrar aos alunos que a ciência está mais próxima do que imaginam.

Clique para saber mais sobre o projeto “A ciência que fazemos” – e como levá-lo para sua escola