Buscando aproximar arquitetos, designers de interiores e artesãos, fomentar a interatividade entre as áreas e possibilitar networkings, a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) recebeu, nesta sexta-feira, 9, na Faculdade de Engenharia, o evento de extensão “Arte de bem receber”. A proposta é enriquecer a qualidade dos produtos e o incentivo ao empreendedorismo entre artesãos e artistas locais. 

“Arte de bem receber” tem a proposta de enriquecer a qualidade dos produtos e o incentivo ao empreendedorismo entre artesãos e artistas locais (Foto: Rodrigo Milanni/UFJF)

Durante a atividade, um dos principais ganhos aos envolvidos foi a valorização das pessoas e dos produtos e o incentivo à troca de experiências. Uma das organizadoras do evento, a técnico-administrativa em Educação, Miriam Dias, avalia a ação como uma fonte de estímulo e valorização de carreiras. “Foi um momento onde as pessoas fizeram networking, trocaram cartões, trataram de trabalho e dividiram experiências. Em nível de aprendizado e conhecimento, foi algo formidável.”

Envolvida na organização do evento, a colaboradora do projeto “Encontros ao redor da mesa”, Eliane da Silva Diniz, afirma a relevância da ação, ao criar aproximação entre os profissionais de áreas diversas e ao difundir do conhecimento. “Aprendemos vitrine, design, combinação de cores, empreendedorismo, a mesa posta, entre outras questões. Em um momento em que esses saberes estão se tornando profissões, quem absorveu o conteúdo acrescentou valor para si e para o próprio negócio.”

Conjugando saberes
O empresário do ramo de decoração, Éder Braga Pereira, de Belo Horizonte, levou aspectos motivacionais e uma visão empreendedora para quem está no início da carreira ou pretende começar o próprio negócio. “Busquei incentivar as pessoas a terem mais esperança e fé nos próprios empreendimentos. Por mais que uma dificuldade pareça grande, há pessoas que passaram por questões mais complicadas e superaram. A mensagem é ter fé para enfrentar as dificuldades passageiras”, ressalta.

Encontro reuniu variedade e facilidade de matérias-primas, possibilitando a criação de produtos diferenciados (Foto: Rodrigo Milanni/UFJF)

Já o artista plástico Yure Mendes Machado afirma que sua proposta “tratou sobre as estruturas das artes dentro dos processos criativos dos espaços”. Além disso, abordou sobre o respeito aos processos de criação e a valorização do trabalho e das ideias. “Tentei mostrar o que pode ser conectado, considerando vários fatores, não apenas a parte técnica, e como esses processos podem ser feitos de uma forma tranquila e transparente. É fundamental a valorização da arte no processo da criação de uma casa ou ambiente para as pessoas que pretendem entrar neste mercado.”

O empresário e artesão, Nelson José Sobreira Júnior, explicou sobre as mudanças relacionadas aos processos criativos do artesanato, o avanço das produções e a movimentação econômica gerada pela atividade. “Antigamente, artesanato significava a confecção de panos de prato. Atualmente há uma variedade e facilidade de matérias-primas, possibilitando a criação de produtos diferenciados. O artesanato movimenta aproximadamente R$ 50 bilhões anualmente no Brasil. É importante destacar que, dentro dessa economia criativa, muitos não usam a atividade apenas como terapia, mas como fonte de renda”, finaliza.