Milena Corredig, professora da Universidade de Aarhus, da Dinamarca em entrevista para o Portal da UFJF (Foto: Gabriela Maciel)

O departamento de Química da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) recebeu, nesta quinta-feira, 18, a professora da Universidade de Aarhus, da Dinamarca, Milena Corredig, para um curso sobre “Emulsões, Coloides e Interfaces nos alimentos”. O evento faz parte do Global July, programa da Universidade que reúne professores, estudantes e interessados de diversos países para cursos de curta duração, promovendo o intercâmbio entre culturas.

Líder do centro Ifood –  grupo de pesquisas da Dinamarca sobre inovações e desenvolvimentos das cadeias produtivas de alimentos – Milena veio pela segunda vez à Juiz de Fora. Em 2010, a professora esteve na UFJF ministrando uma palestra sobre tecnologia na nutrição. Neste ano, o curso foi focado no entendimento das propriedades e tecnologias dos ingredientes dos alimentos. Na palestra, Milena abordou as necessidades do desenvolvimento de processos alimentícios sustentáveis e que estejam em contato com as questões climáticas atuais. O evento tem duração de dois dias, sendo realizado no auditório do departamento de Química no Instituto de Ciências Exatas (ICE).  

O convite para a vinda de Milena partiu do professor do departamento de Química, Rodrigo Stephani. Para ele, o curso ministrado é uma oportunidade para que a comunidade local tenha contato com estudos de referência mundial na área. “Esse processo de troca de conhecimentos e vinda de pesquisadores e professores para a UFJF é mais do que necessário para o ensino e pesquisa que realizamos aqui. É impossível se pensar na formação de bons profissionais e de boas pesquisas sem a oportunidade de estar próximo de outras realidades e perspectivas do mundo. O convite para a professora Milena não poderia vir em melhor hora.”

As estudantes de Nutrição Mayara Dias e Ana Beatriz Moreira inscreveram-se assim que souberam sobre o evento. “Esse tipo de palestra ajuda a gente a ter uma perspectiva de outras áreas, proporcionando grande interdisciplinaridade. É muito interessante, ainda mais por conta do renome da professora”, relatou Mayara. Sobre os desafios de acompanhar uma palestra em inglês, Ana Beatriz afirmou que, apesar das dificuldades, o contato com outra língua é uma oportunidade única. “É um desafio em certa medida. Por mais que a gente entenda, sempre tem algumas coisas que acabam confundindo um pouco. Mas eu acho excelente, é um curso que agrega muito, além de trazer novas ideias.”   

Em entrevista ao Portal da UFJF, Milena conversou sobre a oportunidade de aproximação cultural proporcionada pelo programa Global July e as perspectivas da indústria alimentícia para um desenvolvimento sustentável.

Portal UFJF – Qual a importância, para a senhora, de projetos como o Global July, que permitem a vinda de professores de outras países para a Universidade?

Milena Corredig – Eu acho que é muito importante que tenhamos este tipo de perspectiva. Você faz seu trabalho muito conectado à sua própria realidade, mas quando se vê outras realidades você percebe novas ideias, novos conhecimentos. É sempre muito bom. Os conhecimentos e pesquisas que eu encontrei aqui, por exemplo, têm tido um grande impacto para a comunidade e para as minhas próprias percepções.

– Como a senhora enxerga a relevância de abordarmos as questões de sustentabilidade na indústria alimentícia?

Na área alimentícia nós temos uma grande responsabilidade com os objetivos de sustentabilidade. São estudos que demandam muita pesquisa, muita ética e entendimento da divisão que acontece hoje no mundo todo. Por estarmos desenvolvendo processos e usando ingredientes de uma determinada maneira, é importante que não nos esqueçamos da relevância destes processos na cadeia alimentícia mundial.  A comida é parte integral da concepção de sustentabilidade, desde sua produção até as etapas de processamento e empacotamento dos alimentos.

– Quais são as suas impressões sobre o modo com o qual assuntos como o da sustentabilidade são abordados ao redor do mundo? Há uma visão única sobre o tema?

– Neste sentido, eu percebo que todos estamos focados nos mesmos objetivos, mas o modo como os alcançamos são diferentes por conta das culturas distintas. Essa perspectiva aumenta a importância do contato e da troca de idéias entre diferentes países, diferentes realidades. Vocês aqui no Brasil têm soluções que nós na Dinamarca não temos, e vice-versa. Esse é, para mim, o grande motivo de termos programas como o Global July, com a possibilidade de entrarmos em contato e conhecermos uns aos outros.

Outras informações: (32) 2102 – 3389/3947 – Diretoria de Relações Internacionais