Uma espécie de pimenta brasileira pode ser empregada na prevenção e na terapia de malefícios, como doenças relacionadas à produção de radicais livres, tratamento de dores e inflamação tópica e oral. A descoberta foi feita na pesquisa “Avaliação do potencial terapêutico do extrato metanólico dos frutos de xylopia sericea a.st.-hil. frente aos danos causados pelo processo inflamatório e estresse oxidativo”. A tese é da acadêmica Renata de Freitas Mendes e foi apresentada no Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

O objetivo da pesquisa foi explorar o potencial bioativo dos frutos e averiguar o uso popular da espécie. Como explica Renata, a busca foi por aplicações na prevenção e terapia de eventos relacionados ao aumento do estresse oxidativo e do dano inflamatório, comuns a diferentes patologias. “Nosso corpo normalmente gera radicais livres, precisamos deles  em certa medida, mas o excesso gera o estresse oxidativo, relacionado ao surgimento de várias doenças ou ao agravamento delas”, explica.

Interessada em saber mais sobre a utilidade desses frutos, a pesquisadora conta que “apesar do potencial promissor da espécie, poucos estudos foram realizados para comprovar suas atividades biológicas”. Nesse sentido, ela explica que o trabalho foi comprovar o uso terapêutico da pimenta, uma vez que já era possível observar seu uso popular. “Um amigo biólogo cultiva a espécie em sua fazenda e nos procurou para estudar os benefícios, porque a população consumia com frequência os frutos.”

O trabalho contou com três etapas principais. Na primeira, foram encontrados importantes resultados na inibição dos radicais livres e dos produtos finais de glicação avançada (AGEs). Com esclarece Renata, a glicação conta com “estruturas do corpo que se ligam a açúcares consumidos durante o metabolismo e abrem propensão à diversas doenças como diabetes e doenças neurodegenerativas.” Depois, foram avaliados qual seria a dose ideal do extrato da pimenta que não fosse tóxica para a célula e o potencial citoprotetor a danos oxidativos, induzidos por agentes importantes, como pesticidas. Por último, foram feitos ensaios em animais para avaliar a toxicidade da amostra e sua aplicação em diferentes modelos de fisiopatologias.

Parte do trabalho foi realizada na Universidade do Minho, em Braga, Portugal. Renata explica que, por meio de um estudo desenvolvido no Laboratório de Produtos Naturais Bioativos (LPNB) da UFJF, coordenado pela professora e orientadora da tese, Elita Scio Fontes, foi feita uma triagem com mais de 200 espécies vegetais. A partir daí, foram selecionadas as que apresentaram maior potencial bioativo, dentre essas, a pimenta X. sericea, conhecida como “embiriba” ou “pimenta-de-macaco”. A acadêmica participa do Laboratório desde 2007 e acredita na pesquisa de plantas como fonte de grande potencial terapêutico.

Contatos:
Renata de Freitas Mendes (Doutoranda)
renatinhafmendes@gmail.com

Elita Scio Fontes (Orientadora)
elita.scio@ufjf.edu.br

Banca examinadora:
Profª. Drª. Elita Scio Fontes (UFJF)
Drª. Maira Christina Marques Fonseca (Pesquisadora da Epamig/UFV)
Prof. Dr. João Xavier de Araújo Júnior (UFAL)
Profª. Drª. Juliana de Carvalho da Costa (UFJF)
Profª. Drª. Fernanda Maria Pinto Vilela (UFJF)

Leia a tese na íntegra no Repositório Institucional

Outras informações: (32) 2102-3220 – Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas