Marte é alvo da curiosidade humana há tempos. Recentemente, em julho de 2018, uma descoberta científica aumentou ainda mais o interesse pelo nosso planeta vizinho: cientistas da Agência Espacial Italiana anunciaram a existência de um reservatório subterrâneo permanente de água líquida no planeta vermelho, o que aumenta consideravelmente a chances de existir vida nele. E no passado, também existem sinais de vida ou de outros eventos importantes?
O que pode nos contar essas histórias são as rochas e os minerais presentes em Marte – e quem pode falar sobre detalhes desse tema é a estudante de Física da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Maria Beatriz Andrade. Nesta quarta-feira, dia 3 de julho, às 19h30, a aluna ministra uma apresentação sobre o tema “A história de Marte contada pelas rochas”. A entrada é gratuita e aberta para todos. O evento acontece no bar Arteria, localizado na rua Chanceler Oswaldo Aranha, 535, bairro São Mateus.
A apresentação de hoje é uma das premiações que Maria recebeu como vencedora do festival “Bela, cientista e do bar”. Organizado pelo Ciência ao Bar, um projeto de extensão da UFJF, o evento abriu espaço para pesquisadoras divulgarem seus trabalhos científicos para um público não especializado. As participantes foram avaliadas por uma comissão e, entre as inscritas, dez foram selecionadas para apresentarem-se em um bar. Ao final do evento, três pesquisadoras receberam menção honrosa e disputaram três premiações: a publicação de um texto na revista Ciência Hoje, a participação em um episódio do podcast Dragões de Garagem e a apresentação própria em uma edição do Ciência ao Bar.
Maria Beatriz Andrade conquistou dois prêmios: a publicação na Ciência Hoje e a apresentação no Ciência ao Bar. “Assim que soube do festival, eu achei a proposta fantástica. Gosto de estar sempre ativa em ações que incentivem a presença de mulheres na produção científica”, explica a estudante. “Eventos como esse tanto enaltecem a mulher cientista, como incentivam outras meninas e mulheres a ingressarem no meio. O que é de grande importância, especialmente para as ciências exatas, nas quais os homens ainda são a grande maioria.”
O organizador do festival e do Ciência ao Bar, Lucas Miranda, revelou que a ideia para o evento surgiu de uma conversa com a própria mãe. “Ela me contou a história da esposa do Einstein, Mileva Maric Einstein, e levantou a questão sobre o porquê dela não ser tão reconhecida, uma vez que ela participou dos estudos do marido e também foi uma física brilhante. Isso chamou minha atenção para a visibilidade de mulheres no projeto.”
O organizador cita outra inspiração que, por sua vez, também é compartilhada com Maria Beatriz: a pesquisadora Zélia Ludwig, que é professora do Departamento de Física da UFJF e desenvolve projetos voltados para a inserção de mulheres na ciência. A estudante vencedora do festival disse ter “se encontrado” na Física. “Há muito tempo eu nutro um grande amor pela ciência”, afirma Maria Beatriz. “Como também flerto com a Geologia, estudar minerais marcianos é uma excelente intersecção entre as áreas que amo.”
Outras informações:
Evento – “Ciência ao Bar – A história de Marte contada pelas rochas”