Bate-papo com os estudantes da educação básica é parte do projeto “A ciência que fazemos” (Foto: Rodrigo Milanni/UFJF)

Para falar da presença da ciência em nosso cotidiano, a professora Jacy Gameiro, do departamento de Biologia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), visitou estudantes da Escola Estadual Delfim Moreira, na terça-feira, 25. Durante a conversa, em um primeiro momento, nenhum dos alunos afirmou ter interesse em seguir carreira acadêmica. Um dos presentes disse que, para ser cientista, precisaria estudar ciência e que, mesmo gostando da professora, não gostava da matéria. Jacy explicou que ciência não é só uma matéria na grade curricular escolar – muito pelo contrário, ela está inserida em todas as áreas de conhecimento e impacta diretamente a vida de toda a sociedade. 

Para exemplificar, Jacy citou pesquisas científicas nos campos de humanas, exatas e biológicas. Após citar alguns dos assuntos que são temas de pesquisas desenvolvidas na UFJF, os alunos começaram a mudar de ideia e fazer perguntas sobre os processos científicos que faziam parte da rotina da pesquisadora. 

Ao longo do bate-papo, Jacy destacou que existe diferença entre o pensamento científico e o saber científico. O primeiro é a base para ser um cientista: é a curiosidade presente já na nossa infância, quando há a curiosidade em descobrir a funcionalidade de tudo que está presente nos mais simples processos diários. Quando uma criança sobe em uma árvore e calcula seus passos para não se machucar na descida, por exemplo, ela tem um raciocínio científico. O segundo, o saber científico, é a segunda fase do interesse pela ciência, quando pesquisas são desenvolvidas para comprovar ou não as hipóteses que nasceram do pensamento científico. Para aqueles que se questionavam se poderiam ser cientistas, a pesquisadora afirmou: “você já é! Todo mundo faz ciência, mesmo sem querer. A ciência vem da indagação”.

Com o objetivo de desmistificar ainda mais a imagem inicial mantida pela maioria dos estudantes presentes, de que cientistas seriam pessoas que já nascem com uma inteligência extraordinária e dedicam toda sua vida a experimentos em laboratórios, Jacy afirmou que “cientistas são pessoas que escolheram o conhecimento, mas que continuam com a vida deles. Você pode ser um cientista e, ao mesmo tempo gostar de andar de skate ou ir ao cinema”, brincou. Ela também fez um convite para que os alunos participassem de atividades no campus da UFJF, por meio e visitas ao Centro de Ciências e ao Jardim Botânico, por exemplo, para explorarem lugares novos que podem despertar a curiosidade e transformá-la em conhecimento. 

Após a apresentação, os alunos mudaram de ideia sobre o que significa ser um cientista. A aluna Beatriz Aguiar disse que, antes, acreditava que cientistas faziam apenas “experiências loucas e eram bem doidinhos” – mas aprendeu como funciona uma pesquisa científica e que a palestra a incentivou a ser cientista um dia. Outra aluna, Wendy Sousa, disse que é “curiosa sobre esse mundo e que se interessa em saber coisas novas”, e que gostou de descobrir que um cientista pode pesquisar qualquer coisa que lhe interesse.

Compartilhar com os estudantes da educação básica quem são cientistas e, ainda, quais projetos são desenvolvidos na Universidade, é um dos principais objetivos do projeto “A ciência que fazemos”. Clique aqui para saber mais sobre ele – e como levá-lo para sua escola.

Ao fim da apresentação, estudantes disseram ter expandido suas visões sobre o que significa ser cientista (Foto: Rodrigo Milanni/UFJF)