A visita faz parte do projeto “A ciência que fazemos”, que leva pesquisadores às escolas (Foto: Gustavo Tempone)

Drones, carros autônomos e robôs humanóides. Em um primeiro momento, estas novas tecnologias podem soar como aparatos recém-saídos de um filme de ficção científica, mas a verdade é que esses produtos já fazem parte da nossa realidade. Para explicar um pouco mais sobre o trabalho dos profissionais que atuam por trás dessas inovações, o professor e pesquisador da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Augusto Cerqueira, visitou a Escola Estadual Delfim Moreira nesta segunda-feira, 24.

Antes mesmo de chegar na sala de aula, os equipamentos de Cerqueira – um drone experimental e um robô humanoide chamado NAO – atraíam a atenção de quem passava pelos corredores. O pesquisador levou para os estudantes da escola alguns dos produtos que desenvolve na área da robótica junto com alunos da graduação.  “Meu objetivo é mostrar o que fazemos na UFJF. Mostrar um pouco de como é a Universidade, das pesquisas que desenvolvemos e como é a Engenharia, sobretudo a Engenharia Elétrica, já que nem sempre se tem a ideia correta do que é”, explica.

Os passos de dança do robô NAO chamaram atenção (Foto: Gustavo Tempone)

Cerqueira conversou sobre inovações e temas até então desconhecidos pelos seus ouvintes, como a rede neural e a robótica móvel. O pesquisador falou sobre atividades desenvolvidas no Grupo de Robótica Inteligente (GRIn), como o submarino autônomo e a visão computacional.  “Queremos dar inteligência para a imagem. Se você olha para mim, você instantaneamente sabe que eu sou uma pessoa, mas um computador não sabe. O que fazemos é programar o computador para saber identificar objetos e obstáculos que capta”, exemplificou para os estudantes.

Por meio de um vídeo, Cerqueira apresentou, de forma simples e dinâmica, a análise do espaço urbano sob o olhar de uma rede neural. Os alunos puderam analisar a imagem e a porcentagem de erros e acertos feitos pelo computador, aprendendo o funcionamento correto de uma rede que identifica os elementos presentes na rua. “Isso é a visão computacional hoje. Quando andamos na rua e vemos aquelas câmeras de vigilância, sabemos que, em alguns países, essas câmeras já estão conectadas a programas que fazem uso de uma rede neural. Podem identificar até mesmo pessoas através do reconhecimento facial”, revela.

Durante o bate-papo, o pesquisador mostrou aos alunos uma noção mais palpável do que um engenheiro pode desenvolver na prática. Além dos robôs, Cerqueira conversou sobre alguns elementos que podem ser utilizados pelos engenheiros eletricistas em sua linha de trabalho, como as torres de transmissão de energia, os computadores e os smartphones – produtos que são parte constante da vida cotidiana. 

Os estudantes Thales Silveira e Antônio Fernandes também participaram da conversa (Foto: Gustavo Tempone)

Ao final da apresentação, Thales Silveira e Antônio Fernandes, estudantes da UFJF que acompanharam o pesquisador na apresentação, compartilharam um pouco de sua experiência pessoal durante o processo de transição acadêmica e colocaram-se à disposição para tirar as eventuais dúvidas que os alunos pudessem ter a respeito do ensino superior. Silveira explicou ainda que, atualmente, estão programando o NAO para aprender a jogar futebol da maneira mais eficiente possível e exibiu alguns dos passos de dança que o robô humanoide já domina com excelência.

Compartilhar com os estudantes da educação básica os cientistas e os projetos da Universidade, por meio de um diálogo próximo entre pesquisadores e a comunidade, é justamente um dos principais objetivos do projeto “A ciência que fazemos”. Clique aqui para saber mais sobre ele – e como levá-lo para sua escola.