Da esquerda para a direita: professor Celso Bandeira de Melo Ribeiro, mestranda Mirella Nazareth de Moura, professor Miguel Fernandes Felippe e professor Antônio Pereira Magalhães Júnior (foto: arquivo pessoal)

Uma ferramenta de gestão e planejamento para avaliar a qualidade ambiental de nascentes foi desenvolvida na dissertação da acadêmica Mirella Nazareth de Moura. O estudo foi realizado no Programa de Pós-graduação em Geografia (PPGEO), da Universidade Federal de Juiz de Fora. 

De acordo com a pesquisadora, além da avaliação na qual verifica-se uma situação mediana, ruim ou péssima, é possível, por meio de um índice, averiguar o que está acontecendo de errado, para uma eventual intervenção. “Dentro das fragilidades teóricas, a que mais me chamou atenção, foi o fato de como as nascentes são tratadas, erroneamente, de forma linear, reducionista e simplista. Dessa forma, vi a necessidade de trazer um estudo que abarcasse as nascentes como elas realmente são: sistemas ambientais complexos, multidisciplinares e heterogêneos. Assim, a melhor forma de trabalhar suas particularidades, foi priorizando um estudo mais voltado para a proteção das mesmas, pois partimos do pressuposto que, para protegê-las, antes é preciso conhecê-las”, avalia Mirella.

No intuito de construir o índice, a pesquisa utilizou o método Delphi, que consiste na consulta de um painel de especialistas para temas de difícil consenso. “Tendo em vista que a minha pesquisa é uma proposta metodológica, o produto final foi uma nova metodologia (um índice) para avaliar a qualidade ambiental dessas nascentes. Ao final, conseguimos abarcar no índice indicadores ambientais que fossem capazes de representar toda a heterogeneidade e multidisciplinaridade das mesmas.”

De acordo com o professor orientador, Miguel Fernandes Felippe, a dissertação tem relevância acadêmica, pois critica e propõe uma nova ferramenta analítica para interpretar a qualidade das fontes. “Sabemos todos que as nascentes são elementos imprescindíveis para o meio ambiente, porém, ainda não temos ferramentas adequadas para avaliar suas condições ambientais. Costumamos utilizar protocolos extremamente simplificados, ou então, técnicas adaptadas de rios. Outro caminho comum é uma abordagem reducionista pela qualidade da água (como se a nascente fosse ‘apenas’ água).” O professor ressalta, ainda, que, de agora em diante, os estudos vão pautar uma nova fase de aplicações e testes do índice proposto, “com uma perspectiva otimista de ampliar o debate, propondo um novo artefato científico para estudo das nascentes. Isso pode implicar, sobretudo, em ações de manejo e conservação ambiental e dos recursos hídricos mais efetivas e promissoras”.

Contatos:
Mirella Nazareth de Moura (mestranda)
mirellanm92@hotmail.com

Miguel Fernandes Felippe (orientador – UFJF)
mffelippe@gmail.com

Banca Examinadora:
Prof. Dr. Miguel Fernandes Felippe – (orientador – UFJF)
Prof. Dr. Celso Bandeira de Melo Ribeiro – (UFJF)
Prof. Dr. Antônio Pereira Magalhães Júnior – (UFMG)

Outras informações: (32) 2102- 3133 – Programa de Pós-graduação em Geografia (PPGEO)