Maior momento da carreira de qualquer jogadora profissional, a Copa do Mundo de futebol feminino começa nesta sexta-feira, 7. E o Brasil inicia sua caminhada rumo ao título inédito já no domingo, 9, contra a seleção da Jamaica. A partida começa às 10h30 e, para comemorar a estreia dando força às jogadoras brasileiras, a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) transmitirá o jogo ao vivo em um telão na Praça Cívica do campus. O evento é promovido pela UFJF em parceria com o DCE, que manifestou sua ideia sobre a iniciativa à Diretoria de Imagem, a qual, viabilizou o evento com aprovação do reitor. A transmissão também conta com a parceria do Coletivo Maria Maria.

Para a estreia, o DCE está preparando, além da transmissão da partida, outras atrações para o público que vier assistir ao jogo. Às 10h30, os olhos estarão voltados para a estreia da seleção canarinho. No intervalo da partida, a organização planeja uma batucada para animar os ânimos do público presente. Ao fim do jogo, uma roda de conversa sobre o futebol feminino e a visibilidade da mulher no esporte complementa a experiência da partida.

A UFJF planeja transmitir todos os jogos da seleção brasileira na copa do mundo, além da final do torneio. A perspectiva das transmissões é a de exaltar e dar visibilidade para o futebol feminino como um todo. De acordo com a coordenadora de esportes do DCE, Laura Nazaré, o evento foi abraçado pela UFJF, principalmente pelo público feminino. “Nós procuramos com a transmissão exaltar nossas mulheres e evidenciar que a gente pode ocupar qualquer lugar, sim! Nossa sociedade, infelizmente, conta com traços machistas e nos sentimos no dever de incentivar, diariamente, que as mulheres no esporte sejam valorizadas também. Foi lindo ver o tanto de mulheres querendo ajudar na organização, na divulgação e fazendo de tudo para essa exibição ser maravilhosa.”

Para o coordenador do Projeto de Extensão Futebol UFJF, Marcelo Matta, a perspectiva da transmissão é uma grande ajuda para que a modalidade se torne cada vez mais propagada e discutida. “Finalmente estamos dando um destaque para o futebol feminino no Brasil. Quando nós temos a transmissão na TV aberta, já temos um impacto para que a modalidade seja mais respeitada e difundida. A UFJF, com este evento, valoriza e reconhece essa cultura que é vista, frequentemente, de forma preconceituosa. É muito importante termos essa difusão do esporte.”

Como chega a seleção brasileira

Seleção feminina de futebol se prepara para estreia no mundial (Foto: Reprodução/CBF)

Apesar da euforia em torno do torneio, a seleção brasileira chega para a competição em meio a uma maré de maus resultados. São nove derrotas seguidas do grupo comandado por Vadão, com a última vitória acontecendo ainda no ano passado. Muito por conta disso, a seleção ocupa apenas a décima colocação no ranking de seleções da FIFA, sua pior posição em anos. O time capitaneado por nomes experientes, como Marta, Formiga, Cristiane, Debinha e Tamires, terá um grande desafio pela frente se quiser ganhar pela primeira vez a copa do mundo. Sua melhor colocação histórica foi um segundo lugar na China, em 2007, perdendo por 2 x 0 na final para a seleção alemã.

Para garantir o título, no entanto, a seleção canarinho não poderia contar com melhor ajuda. Marta, considerada a melhor jogadora do mundo na última premiação da FIFA e tida como a melhor da história do futebol feminino, é uma das maiores esperanças do Brasil para a competição. A alagoana de Dois Riachos é a maior artilheira da seleção brasileira em qualquer categoria, além de ser  a jogadora que mais vezes balançou as redes em copas do mundo, com 15 gols nas quatro edições que disputou até aqui. A craque brasileira, no entanto, é dúvida para a estreia do dia 9. Com uma lesão na coxa, a camisa 10 ainda não retornou aos treinamentos com bola e pode desfalcar a seleção contra a Jamaica.

A copa do mundo de 2019

Tabela de grupos (Reprodução/FIFA)

Esta será a oitava edição do maior torneio de futebol feminino, a primeira realizada em solo francês. E as expectativas não poderiam ser mais altas. Já foram vendidos mais de 750 mil ingressos para os jogos da competição. A abertura, que acontece na sexta-feira, 7, entre França e Coreia do Sul, já não possui mais ingressos à venda. Além da estreia, outros sete jogos também já estão com lotação máxima. Os números bateram todos os recordes das competições anteriores, demonstrando o crescimento do torneio no cenário mundial.

Neste ano, os Estados Unidos são as favoritas para levantar o torneio. A seleção americana é a atual campeã da competição, que teve sua última edição realizada no Canadá, em 2015. Na final, os EUA derrotaram a seleção do Japão, campeãs em 2011 e uma das concorrentes diretas pelo título desta edição. Além delas, as donas da casa, França, e Alemanha, Inglaterra e Holanda também estão bem cotadas nas casas de apostas para um possível título. Segundo o site Oddschecker, termômetro dos sites de aposta de futebol, o Brasil corre por fora neste ano, figurando apenas na décima primeira cotação para a conquista do mundial.

A primeira Copa do Mundo feminina foi realizada em 1991 na China. Naquela edição, os EUA se sagraram campeãs com um vitória por 2 x 1 sobre a Noruega. O Brasil terminou aquela edição em nono lugar. Desde então, mais seis edições foram realizadas. As americanas são as maiores campeãs, com três conquistas. Completam a lista a Alemanha (duas conquistas), Noruega e Japão (uma conquista cada).