“Carriço Film – Tudo vê, tudo sabe, tudo informa”, acontece nesta quarta, 29, no ICH (Foto: Divulgação)

O Laboratório de História Política e Social (LAHPS), do Departamento de História da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) promove, em parceria com a Divisão de Memória da Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funalfa), a Mostra “Carriço Film, tudo vê, tudo sabe, tudo informa”. O evento faz parte da programação comemorativa aos 169 anos de Juiz de Fora e acontece nesta quarta-feira, 29, às 19h, no anfiteatro 3, do Instituto de Ciências Humanas (ICH), da UFJF.

A mostra pretende debater a importância do juiz-forano João Gonçalves Carriço (1886/1959), cineasta, cartazista, cenógrafo, fotógrafo, exibidor e produtor cinematográfico. Durante o evento, será exibido um fragmento de sua produção audiovisual, com registros do cotidiano da cidade como corridas de carro, de bicicleta, protestos políticos e até a visita do ex-presidente Getúlio Vargas ao município. O material era montado em sua produtora, a Carriço Film, exibido no Cine Theatro Popular, de sua propriedade, e distribuído por todo o Brasil.

A Carriço Film produziu, ao longo de 23 anos de atividades ininterruptas (de 1933 a 1956) cerca de mil cinejornais. Parte do material está disponível na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, com cópias na Funalfa. Para o coordenador do LAHPS, professor Leandro Gonçalves, a mostra representa a importância do tema para a historiografia brasileira. De acordo com a professora do Instituto de Artes e Design (IAD) e do Programa de Pós-graduação em História (UFJF), Alessandra Brum, a importância de Carriço não se restringe a Juiz de Fora. “Sua longevidade e sua produção em cinejornais o colocam em destaque no Brasil”.

A doutoranda em História, Renata Vargas, desenvolve sua pesquisa em torno de Carriço, marcante não só no cenário local quanto nacional. “Por meio de suas imagens distribuídas para todo o país, Carriço contribuiu para a construção das narrativas e memórias da nação, bem como a história produzida sobre Nacionalismo, Trabalhismo e Varguismo. Suas obras fizeram parte do aparato político e social da época e eram exibidas, em Juiz de Fora, no Cine Popular, que contemplava a população da cidade com diversão barata por meio do cinema cujo slogan era ‘do povo para o povo’”, comenta.

Outras informações: (32) 2102-3101 – Instituto de Ciências Humanas (ICH)