A observação de que havia grande número de mulheres com sobrepeso e obesidade no entorno da Unidade de Estratégia de Saúde em Família onde trabalha, bem como baixa participação delas no grupo de caminhada “Amigos da Saúde”, foi o ponto de partida para a dissertação da acadêmica Danielle Bandeira de Oliveira Junqueira. Na pesquisa realizada no  Programa de Mestrado Profissional em Saúde da Família (PROFSAÚDE), da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), ela analisou 211 pessoas com o objetivo de traçar um perfil sociodemográfico das mulheres adultas obesas e de sobrepeso e identificar a prevalência dessa condição.

De acordo com a acadêmica, o estudo foi realizado em duas etapas. A quantitativa utilizou amostra de 221 mulheres adultas convidadas a responder a um questionário sociodemográfico e econômico (idade, cor da pele autorreferida, renda familiar, escolaridade, situação conjugal, e ocupação). O grupo passou por avaliação antropométrica e foi questionado também quanto à comorbidades (hipertensão arterial e diabetes) e à prática de atividades físicas.

Para a fase qualitativa, 12 mulheres com excesso de peso que não tinham o hábito de fazer exercícios físicos responderam a uma entrevista. Segundo a pesquisadora, algumas expressões utilizadas por elas indicam os motivos pelos quais não participam do grupo de caminhada “Amigos da Saúde”: “vergonha, problemas de saúde, preguiça, falta de tempo, horário e dor muscular”.

De acordo com Danielle, a prevalência de sobrepeso encontrada (28,1%) foi abaixo dos dados brasileiros (34,9%), porém a de obesidade (48,4%) foi bem acima dos dados nacionais (18,9%). O estudo mostra, ainda, que as mulheres analisadas possuem em média 40 anos de idade, 74 kg, e 1,58 m de altura. A acadêmica informa também que a maioria das mulheres da pesquisa era solteira (48,4%), tinha uma renda familiar mensal de até 1 salário mínimo (45,2%), com baixo grau de instrução. Outro dado que chama a atenção na análise é que no quesito ocupação não houve diferença quanto a estar ou não empregada e a maior parte das entrevistadas negou sofrer de hipertensão arterial (70,8%) ou diabetes (94,6%), bem como disse não praticar atividades físicas (74,5%).  

A professora orientadora, Beatriz Francisco Farah, aponta que a pesquisa pode contribuir com ações voltadas à integralidade do cuidado para essas mulheres. “O estudo revela a importância da promoção da saúde e prevenção da doença, como foco primordial para formação dos futuros profissionais de saúde, pois retrata a importância de reconhecer os fatores sociais determinantes do processo saúde doença de uma população, que no futuro assistirão.”

Contatos:
Danielle Bandeira de Oliveira Junqueira (mestranda)
bandeiradani70@gmail.com

Beatriz Francisco Farah (orientadora – UFJF)
b-farah@hotmail.com

Banca Examinadora:
Profa. Dra. Beatriz Francisco Farah (orientadora – UFJF)
Profa. Dra. Isabel Cristina Gonçalves Leite – (UFJF)
Profa. Dra. Glauce Cordeiro Ulhoa Tostes (SUPREMA)

Outras informações: (32) 2102-3830 – Programa de Mestrado Profissional em Saúde da Família (PROFSAÚDE)