Na opinião do diretor de Inovação da UFJF, “temos que empatar a nossa produção científica com a de inovação. (Foto: Sebastião Junior)

A comunidade acadêmica de Governador Valadares se reuniu, na tarde desta sexta-feira, 17, para analisar e apresentar sugestões aos documentos que tratam da implementação e organização das políticas de inovação na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). O encontro encerra uma série de seis fóruns realizados desde o dia 6 deste mês nos dois campi. Iniciativa da Diretoria de Inovação (Dinova), o evento teve o objetivo de estimular a participação de todos os membros da instituição no debate dessas políticas, que após o Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação – aprovado em 2016 e regulamentado no ano passado – passaram a ser obrigatórias.

As discussões do encontro de hoje – do qual participaram representantes da Direção-Geral, da área administrativa e de seis departamentos do campus – se concentraram na minuta da resolução que estabelece as diretrizes da política de inovação e em outros dois documentos, que tratam, basicamente, da possibilidade de compartilhamento de laboratórios e equipamentos da universidade e da relação da instituição com empresas privadas no desenvolvimento de pesquisas relacionadas à inovação tecnológica.

De acordo com o diretor de Inovação da UFJF, Ignácio Godinho, ampliar a discussão entre a comunidade acadêmica e não restringir as decisões somente à comissão criada para elaborar a Política de Inovação foi uma “decisão sensata”, porque além de poder esclarecer vários pontos que não estavam muito claros, permitiu “absorver sugestões que serão certamente incorporadas aos documentos na sua versão final” – Godinho se refere ao parecer que a Comissão de Avaliação da Política de Inovação deve enviar ao Conselho Superior (Consu) já no início do próximo mês.

Peterson Andrade (de preto) é o representante do campus GV na comissão criada pelo Consu para tratar da política de inovação da UFJF. (Foto: Sebastião Junior)

Na opinião do diretor-geral da UFJF em Governador Valadares, o fórum foi muito importante porque tratou de uma questão “estratégica”. Representante do campus na comissão criada pelo Consu, Peterson Andrade ressaltou que “apesar da alta produção científica, o Brasil precisa avançar no desenvolvimento tecnológico” e que “para criar essa cultura é preciso esclarecer todas as possibilidades que o docente e o técnico têm de desenvolver tecnologia dentro da universidade”.

Coordenador-geral de um grupo de trabalho criado na UFJF-GV para tratar da questão da inovação, Hilton Manoel enxerga em atividades como a de hoje a possibilidade de “criar uma dinâmica mais eficiente sobre a importância da inovação como um caminho para o desenvolvimento do campus nos processos de transferência de tecnologia, de parcerias público-privadas, de formação de convênios, de fomento a incubadoras etc”. E ele não tem dúvidas: “se não houver uma participação dos servidores e dos docentes nessa discussão, o campus não vai se desenvolver, principalmente nesse período de poucos recursos”.

Representantes de seis departamentos participaram do fórum, como o professor do curso de Economia e coordenador-geral do GT Inovação, Hilton Manoel. Foto: Sebastião Junior

Diminuir o abismo que existe entre a produção em ciência e em tecnologia é um dos principais anseios do diretor da Dinova. “O fundamental é que podemos trabalhar para superar aquele descompasso que existe entre a produção brasileira – que é relevante – e a nossa presença na tecnologia e inovação na escala global. Nós somos dependentes da importação e do uso de tecnologia estrangeira, o que é a matriz, um pouco, da dificuldade que nós temos de alcançar patamares elevados de desenvolvimento. Temos que empatar a nossa produção científica com a de inovação. Não podemos achar que modernizamos a nossa economia comprando a última palavra que vem do exterior, nós temos que produzir a última palavra para conseguir virar um país menos dependente tecnologicamente”, explicou Godinho.