Professora Marília Bandeira durante lançamento do livro “Corpos em Movimento” (Foto: Maria Clara Leite)

Em parceria com o projeto Vamos Ler! e com a Unipac, o Departamento de Educação Física do campus Governador Valadares da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF-GV) promoveu o lançamento do livro “Corpos em Movimento”, cujo conteúdo aborda temas como imagem corporal, questão de gênero e interculturalidade. Realizado na última quinta-feira, 9, o evento contou com ampla presença de estudantes e professores de diversos cursos.

“Corpos em Movimento” é resultado da atuação dos docentes da UFJF-GV à frente do Núcleo de Estudos Educação Física, Corpo e Sociedade (Necos). Organizada pelos professores Pedro Henrique Berbert de Carvalho, João Paulo Fernandes Soares e Marília Martins Bandeira, a obra traz artigos de diversos pesquisadores sobre corporeidade, imagem corporal, transtornos alimentares e a atuação profissional em Educação Física nos programas de prevenção; relações de gênero nas práticas corporais e nos esportes; práticas circenses e de aventura; a interculturalidade das práticas corporais de nossas sociedades globalizadas em contextos como o olimpismo e a realidade indígena.

Para a professora Marília Bandeira, o livro contribui para a discussão sobre temas polêmicos e atuais. “São temáticas sensíveis e urgentes que têm sido polêmicas na contemporaneidade, mas que são inegáveis como pautas importantes das agendas científicas”.

Autor do capítulo intitulado “hipismo indígena: uma breve história sobre o jogo de carreira entre os Kadiwéus”, o antropólogo Messias Basques prestigiou o lançamento da obra. O pesquisador conversou com o público sobre a relação dos indígenas da tribo Kadiwéu com o esporte, mais especificamente com o hipismo.  “Os Kadiwéus têm uma relação com o cavalo que se tornou tradicional. Já faz mais de 300 anos que têm relação com essa espécie. O cavalo entra inicialmente como uma arma de guerra – e isso tornou possível uma resistência na história do Brasil – mas também entrou numa chave do lazer, da ludicidade e do esporte. O capítulo trata disso: sobre como os povos indígenas nos dão uma lição sobre o hipismo, que a princípio seria uma invenção ocidental. Porém, nós também temos uma versão indígena disso, que é o hipismo, que é uma arte da montaria, da corrida de cavalo”.

Preocupado com o atual cenário de cortes orçamentários nas universidades federais e nas pesquisas científicas do país, o professor da UFJF-GV e organizador  do “Corpos em Movimento”, Pedro Henrique Berbert fez questão de destacar que o livro é fruto de várias produções científicas. “O livro demonstra a importância da Universidade Federal , do ensino público, pois esta obra é resultado de várias produções científicas realizadas em sua grande maioria no contato direto com a sociedade, com a cultura indígena, com povos de outras regiões brasileiras. Essa produção é um avanço pra diversas áreas. A gente deve repensar a forma de se produzir conhecimento, de se investir em educação. A gente realmente acredita que este é o caminho para o avanço do Brasil.”

Publicado pela Editora Appris, o livro “Corpos em Movimento” já está disponível nas principais livrarias do país.