Iuli Melo diante da banca examinadora durante a defesa da dissertação “Educar sobre o estupro, Educar sobre a diferença: A (re)definição do estupro e a reivindicação de não violência na apropriação e construção do conceito de cultura do estupro” (foto: Alexandre Dornelas/UFJF)

Com o objetivo de refletir sobre práticas pedagógicas que consideram violências sexuais como um problema histórico, social e cultural, a acadêmica Iuli do Carmo Melo desenvolveu e apresentou a sua dissertação no Programa de Pós-graduação em Educação (PPGE), da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Através de uma abordagem etnográfica, Iuli revela que foram mapeados movimentos de apropriação e construção do termo “cultura do estupro”. Também foram contextualizadas as condições da reivindicação de não violência na apropriação e na composição do conceito em grupos do Facebook. “Nesses grupos foi disponibilizado o formulário ‘O feminismo 2.0 e a circulação do conceito de cultura do estupro’. As análises buscam explorar modos alternativos de pensar, falar e remodelar as metodologias de pesquisa que contribuam para problematizar e romper com discursos hegemônicos  que sustentam a hierarquização das diferenças”, destaca Iuli.

A acadêmica ressalta que o termo “cultura do estupro” diz respeito à  naturalização da violência sexual contra as mulheres, na (re)produção de mitos e estereótipos. Segundo ela, essa expressão entra em evidência no Brasil por meio de mobilizações do ciberativismo feminista, também conhecido como feminismo 2.0. “Optei pelo tema para meu projeto de mestrado, quando percebi a urgência da questão, a partir da escrita do meu trabalho de conclusão de curso (TCC) em Pedagogia. “

O professor orientador, Roney Polato de Castro, enfatiza que o estudo mostrou uma escassez de trabalhos que utilizam o conceito de “cultura de estupro”. Dessa forma, segundo ele, a dissertação apresenta uma novidade e possibilita sua utilização como uma ferramenta de análise. “Além disso, o estudo é capaz de impactar a própria produção acadêmica, no sentido de que, não só o conceito não é muito utilizado, mas é uma discussão que necessita ser mais aprofundada, mais fundamentada e mais explorada no meio acadêmico, visto que ainda temos pouca discussão ao que se refere à cultura do estupro, ao machismo e à violência contra as mulheres.”

Contatos:
Iuli do Carmo Melo – (mestranda)
iulimelo05@yahoo.com.br

Roney Polato de Castro –  (orientador – UFJF)
roneypolato@gmail.com

Banca Examinadora:
Prof. Dr. Roney Polato de Castro –  (orientador – UFJF)
Prof. Dr. Anderson Ferrari – (UFJF)
Prof. Dra. Carolina dos Santos Bezerra-Perez – (Colégio de Aplicação João XXIII)
Prof. Dra. Constantina Xavier Filha – (UFMS)

Outras informações:(32) 2102-3665 Programa de Pós-Graduação em Educação