Encontro na UFJF debateu cultura como instrumento democrático (Foto: Alexandre Dornelas/UFJF)

Encontro na UFJF debateu cultura como instrumento democrático (Foto: Alexandre Dornelas/UFJF)

“Brasil: um povo em construção” foi o tema debatido na segunda etapa da Caravana Darcy Ribeiro, sediada nesta quinta-feira, 25, pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). A mesa de debates deu início a uma série de atividades que têm como objetivo entender a cultura como instrumento democrático de história, educação, respeito, diversidade e renovação. A programação da Caravana segue até as 22h nas dependências da UFJF, com oficinas e eventos culturais.

A mesa de abertura do encontro contou com a presença do pró-reitor de Assistência Estudantil, Marcos Freitas; com a representante da União Estadual dos Estudantes de Minas Gerais (UEE/MG), Luana Ramalho e com o coordenador do Diretório Central dos Estudantes da UFJF, Ramon Almeida. A discussão foi composta pelos professores Eduardo Magrone e Gustavo Castañon, das faculdades de Educação e de Filosofia da UFJF, respectivamente.

Representando a reitoria da UFJF, o pró-reitor de Assistência Estudantil, Marcos Freitas, destacou a importância de movimentos estudantis promoverem esse tipo de evento no momento atual. “Estamos vivenciando ataques às questões sociais e as dificuldades de interlocução estão se intensificando.” Freitas ressaltou ainda que a juventude e a população em geral podem fazer frente a essa luta. “Coloco a Pró-reitoria de Assistência Estudantil à disposição, como um espaço de interlocução e de resistência, já que as ações pensadas dentro da Universidade só fazem sentido com a participação dos estudantes.”

O professor do curso de Filosofia da UFJF, Gustavo Castañon, acredita que no atual cenário político do país há uma disseminação do relativismo moral, de todas as naturezas. “Quando isso acontece, há o problema de que não são as minorias que vão impor sua visão relativa de mundo para a maioria, mas sim o contrário.”

Castañon aponta, também, que a função da Universidade “não seria a doutrinação política, mas ser um espaço que produza conhecimentos de maneira crítica”. Junto a isso, indica que a academia deveria poder questionar o sistema, sob o ponto de vista científico. “Temos que mostrar que fazemos pesquisas fundamentais na Universidade, contrapondo com números e dados, porque temos autoridade e porque é nosso dever e papel social.”  

O professor da Faculdade de Educação, Eduardo Magrone, defendeu a tese de que o povo brasileiro está em formação e continuará em formação para sempre. “Um povo em formação não tem identidade, não tem posição e pode até ter direitos, mas os cede facilmente.” Para atingir uma democracia real, Magrone acredita ser necessário “sedimentar ideias que ainda não estão fixas na mentalidade da população, como as de cidadania, de direitos e deveres, de que o espaço público é público, de que o Estado não deve ter relações promíscuas com os interesses privados e de que a proteção ao trabalho é um direito e não um privilégio”.

A Caravana, realizada pelo Instituto Juventude (IJ) e pela União Estadual dos Estudantes de Minas Gerais (UEE/MG) teve sua primeira edição na Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), no dia 16 deste mês. O encontro é incentivado pela Lei Rouanet e conta com oficinas de libras, teatro, ginecologia autônoma, cineclube Darcy Ribeiro, beat box e capoeira.

Confira a programação

Debates
15h30 às 18h – Projeto Brasil e Universidade Pública

Oficinas
9h às 18h – Pintura de mural na parede do DCE
13h30 às 15h45 – Libras – Sala 4 da Faculdade Direito
13h30 – Cortejo do Batuque Feminista – Faculdade de Biologia
14h às 17h – Teatro – Sala 01 da Faculdade de Direito
14h às 17h – Cineclube Darcy Ribeiro – Auditório 03 do Centro de Ciências
15h às 18h – Poesia – na Ágora (Praça Cívica)

Apresentação cultural
18h às 22h – na Ágora (Praça Cívica)

Ingressos gratuitos e obrigatórios

Outras informações: imepjuventude@gmail.com