Reafirmar a educação como um espaço de liberdade é o ponto chave do evento “Militarização da educação em questão”  organizado pelo Núcleo de Estudos Sociais do Conhecimento e da Educação (Nesce) e pelo Grupo de Ensino e Pesquisa em História da educação e Sociedade (Gephes), da faculdade de Educação (Faced) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). O evento acontece nos próximos dias 23 e 24, às 9h, na sala Paulo Freire. Aberto à comunidade externa, o evento é gratuito, confere certificado e a inscrição será feita na hora e local do evento.

Quatro palestrantes abordarão diversos temas sobre a militarização da educação. Um deles é a professora Maria Zélia Maia, que se propõe a refletir sobre contextos históricos a partir do controle individual. “No passado já vivemos essa experiência, uma questão presente na norma de 1890, instituída pelo então recém-nomeado Ministro da Instrução Pública, Benjamin Constant, na qual a educação militar foi prevista no programa de ensino primário da Capital Federal. Naquele momento, pretendia-se formar o cidadão republicano disposto ao trabalho e, nessa medida, útil a si e à sua pátria. Atualmente, precisamos refletir que projeto se oculta nas escolas cívico-militares e como isso contradiz com uma educação como prática de liberdade”.

O professor e coordenador do Gephes, Daniel Cavalcanti, destaca a importância dessas discussões no atual cenário político-social. “O evento vai atender a uma demanda muito grande do que a gente está vivendo hoje. Com todo esse discurso de escolas cívico-militares que o governo está estabelecendo, percebemos a importância de pensar a questão do impacto da militarização na educação. Então estamos pensando historicamente e pensando no hoje também”.

A programação

O tema principal será dividido em quatro subtemas. No primeiro dia, a professora  Maria Zélia Maia aborda “Corpos educados, perigos controlados desde a mais tenra idade”, seguida do professor Alexandre Cadilhe que discute “Judicialização da sexualidade: discurso, mídia e educação. No segundo dia o evento começa com o professor Wilson Alviano que traz o tema “Militarização e o corpo disciplinar” e o professor Daniel Cavalcanti discute “Educação, caso de polícia?”. Dentre tantas discussões Maia destaca um ponto em comum. ”Nossas falas têm em comum a preocupação com a prática da liberdade, liberdade de divulgar o pensamento. Que deve ser aberto e plural e nunca controlado. Seja por meio de discursos ou de corpos”.

Outras informações: Nesce