Da esquerda para a direita: professora Fabiane Rossi dos Santos, professora Nara Liana Pereira Silva, Mayse Itagiba Rooke e professor Altemir José Gonçalves Barbosa (foto: arquivo pessoal)

A implementação e a avaliação dos efeitos de uma iniciativa focada em ajudar psicologicamente famílias de crianças com Síndrome de Down de até 2 anos de idade pautou uma tese de doutorado desenvolvida na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).   A pesquisa da psicóloga Mayse Itagiba Rooke foi realizada e apresentada no Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGPSI) com o título “Resiliência em famílias de crianças com síndrome de down: desenvolvimento, implementação de uma intervenção e avaliação de seus efeitos.”

A Síndrome de Down é uma alteração cromossômica que está relacionada a atrasos de marcos motores, como andar, falar, sustentar a cabeça, entre outros. Nesse contexto, a acadêmica ressalta que os genitores ainda têm de lidar com o sofrimento, a tristeza e o luto diante do diagnóstico da síndrome. “É importante reconhecer que as implicações da SD colocam as famílias em situações de vulnerabilidade, por exemplo, com maior probabilidade de desenvolvimento de problemas de saúde mental. O fenômeno psicológico da resiliência familiar pode ser definido como a superação do grupo familiar diante de adversidades significativas, dessa forma, promover a resistência nessas famílias representa uma forma de prevenção e promoção de saúde.”

A psicóloga revela que o estudo estabeleceu uma relação de causa-efeito, na qual foi investigado se a intervenção construída e implementada nas famílias pertencentes ao grupo experimental propiciou processos de resiliência familiar. “Todas as 8 famílias participantes do estudo responderam aos instrumentos, quantitativos e qualitativos, em 3 momentos: antes da intervenção realizada no grupo experimental, em seguida ao seu término e após 4 meses. As 4 famílias do grupo de controle apenas foram testadas, sem participar de qualquer intervenção.”

A partir das análises quantitativas, a resiliência se manteve estável durante as fases de testagem nas famílias dos dois grupos (experimental e controle), favorecendo interpretações de que o programa não conseguiu cumprir seu objetivo – promover resistência familiar. Entretanto, a partir de avaliações qualitativas o estudo mostrou indicadores positivos em relação à iniciativa. “As famílias reconheceram, principalmente, a melhora na comunicação familiar e conjugal, além da aquisição de conhecimentos acerca da SD como consequências de terem participado da intervenção”, salienta a acadêmica.

De acordo com a professora orientadora, Nara Liana Pereira Silva, o estudo apresenta grande relevância social e científica, especialmente por se tratar do primeiro trabalho no Brasil a respeito de alguma intervenção em resiliência com famílias de crianças com síndrome de Down. “Identificamos a necessidade de intervenções dirigidas às famílias desde o momento do diagnóstico e, praticamente, não temos no contexto brasileiro esse tipo de programa.”

Contatos:
Mayse Itagiba Rooke – (doutoranda)
mirpsi@gmail.com

Nara Liana Pereira Silva – (orientadora – UFJF)
naraliana.silva@ufjf.edu.br

Banca Examinadora:
Prof. Dra. Nara Liana Pereira Silva (orientadora – UFJF)
Prof. Dr. Altemir José Gonçalves Barbosa (UFJF)
Prof. Dra. Fabiane Rossi dos Santos Grincenkov (UFJF)
Prof. Dra. Normanda Araújo de Morais, Universidade de Fortaleza (UNIFOR)
Prof. Dra. Elysângela Dittz Duarte (UFMG)

Outras informações: (32) 2102-6321 – Programa de Pós-Graduação em Psicologia