Laryssa Moreira com os professores Potiguara Mendes da Silveira Junior, Gabriela Borges Martins Caravela e Carla Schneider (no vídeo) (foto: arquivo pessoal)

O interesse pela temática feminista motivou a acadêmica Laryssa Gabriele Moreira do Prado a investigar de que forma acontece a representação feminina em conteúdos voltados para o público infantil, mais especificamente nas séries de animação brasileiras Meu AmigãoZão, O Show da Luna e Irmão do Jorel. A jornalista desenvolveu sua dissertação no Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCom) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e, ao longo da pesquisa, considerou que seria relevante tratar também das representações masculina, negra e LGBT QI+ nessas animações.

De acordo com Laryssa, a dissertação apurou de que forma a representação feminina foi abordada nas séries. Para esse trabalho, ela precisou criar uma nova metodologia, partindo da junção de três testes já existentes, visto que nenhum deles abarcava por completo todas as questões que a pesquisa procurava responder. “Como as pesquisas sobre animação ainda são escassas aqui no Brasil, eu precisei criar uma nova metodologia que surgiu da união de alguns testes de representatividade no cinema. O teste de Bechedel, que é voltado para a representação feminina, Teste Vito Russo, que é uma adaptação do teste de Bechedel, porém mais voltado para  a questão LGBT e o Teste Carolina Magaldi, professora do Departamento de Letras da UFJF, que analisa a representação feminina, mas em conteúdos voltados para crianças”, esclarece a acadêmica.

Após esse trabalho, a pesquisadora criou uma nova tabela de análise e estruturou sua metodologia em três eixos: análise dos personagens, narrativa e produção. Laryssa também entrevistou os criadores das séries, com o intuito de entender o que os levava a conceber essas formas de representação, consideradas por ela, com cunho não sexista. A jornalista considera que o resultado  de sua pesquisa demonstra que, apesar dessas animações possuírem uma iniciativa não sexista, elas ainda reproduzem muitos estereótipos. “A animação nacional  ainda está bastante distante de conseguir abranger uma diversidade em relação à sexualidade, como a gente pode ver em alguns produtos internacionais.”

De acordo com o professor orientador da pesquisa, Potiguara Mendes da Silveira Junior, a dissertação apresenta um histórico detalhado da animação no Brasil e de sua expansão internacional. “Isto é importante, pois não valorizamos o percurso das produções nacionais e, assim, deixamos de constatar sua originalidade em muitos pontos. Pontos que, muitas vezes, serão copiados em outros países. Na sequência, o texto aponta para o fato de que as animações nacionais analisadas geraram novas representações e expressões de gênero, mesmo que não cheguem a admitir personagens com expressões além do ‘feminino’ e do ‘masculino’. Ou seja, nossas animações estão acompanhando as produções feitas no mundo e, ainda que precisem avançar em suas concepções, alcançaram um nível ótimo de qualidade técnica e de boa aceitação pelo público.”

Contatos:
Laryssa Gabriele Moreira do Prado – (Mestranda)
laryssaprado@live.com

Potiguara Mendes da Silveira Junior – (Orientador)
potiguaramsjr@uol.com.br

Banca Examinadora:
Prof. Dr. Potiguara Mendes da Silveira Junior (Orientador – UFJF)
Prof. Dra. Erika Savernini Lopes (Coorientadora – UFJF)
Profª Dra. Gabriela Borges Martins Caravela (UFJF)
Profª Dra. Carla Schneider (UFPEL)

Outras informações: (32) 2102-3616 – Programa de Pós-Graduação em Comunicação