Novos estudantes foram recepcionados na Praça Cívica (Foto: Gustavo Tempone)

Cada novo semestre que se inicia, a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) se prepara para receber mais do que novos e velhos alunos. A instituição se torna um ambiente onde são construídas novas histórias, aprendizados e laços de afeto. Se transforma em possibilidade de mudança para estudantes de origens e perfis diversificados. Para reforçar o acolhimento e abraçar a todos os mais de 2.300 novos alunos, a Praça Cívica virou palco para apresentar diversidade, representatividade e inclusão na recepção aos calouros, na terça-feira, dia 12, no campus-sede, em Juiz de Fora.

“Nós gostaríamos de dar as boas-vindas a todos os estudantes, principalmente as mulheres, pois este mês é nosso!”, abriu a solenidade a coordenadora geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Luiza Gonçalves Lovisi Travassos. Em sua fala destacou a importância e representatividade do DCE e contextualizou a atual situação da educação no Brasil. “Convidamos todos e todas a se unirem a nós, principalmente, neste momento que nossos governantes atacam todos os dias a nossa Educação. Nós dizemos “não” à privatização, pois as universidades públicas são do povo. A universidade não se vende, ela se defende.”

Reitor Marcus David: “A Universidade tem muito orgulho de viver intensamente a diversidade e não tem espaço para preconceito (Foto: Gustavo Tempone/UFJF)

Representando todas as mulheres e movimentos feministas da Instituição, a vice-reitora Girlene Alves reiterou que a UFJF é uma universidade pública, gratuita, plural e com práticas democráticas. “Março é o mês que a UFJF gostaria de fazer um convite muito especial para todos vocês. É o mês da mulher e uma maneira de reafirmar a luta contra qualquer tipo de opressão e preconceito. A gente não tem se calado diante dessas questões e trabalhamos cotidianamente pelo direito às diversidades. Esta Universidade não se curvará a qualquer tipo de violência ou preconceito.”

O reitor Marcus David, enfatizou a necessidade de se lutar pelas universidades públicas, principalmente, por serem um financiamento de toda a população. “Esse é um dinheiro que a sociedade investe com a esperança de que cada real gasto tenha o objetivo de reduzir as desigualdades. É papel de vocês viverem intensamente a faculdade e participarem de todas as atividades que são oferecidas aqui dentro. Melhorar a formação dos nossos alunos é mostrar para a coletividade que todo o investimento valeu a pena.”

Outra questão abordada pelo reitor foi o atual debate, no qual, setores da sociedade questionam a importância das universidades públicas, desconsiderando que seja um espaço diferenciado para transmissão do conhecimento e de luta contra todo e qualquer tipo de preconceito. “Nós mantemos os melhores cursos de graduação e pós-graduação, temos atividades em prol da comunidade e representamos o maior número de pesquisas realizadas no país. Precisamos mostrar a importância das nossas atividades e não fugir à luta. A Universidade tem muito orgulho de viver intensamente a diversidade e não tem espaço para preconceito. A vida universitária pressupõ

Guerreiras de Clara fecharam o evento de boas-vindas (Foto: Gustavo Tempone/UFJF)

e lutar a favor das diferenças. Sejam todos e todas bem-vindos e bem- vindas à nossa UFJF!”

Acolhimento

Durante o evento, em uma iniciativa da Diretoria de Imagem Institucional, foram gravadas algumas dúvidas de calouros que foram respondidas pelos pró-reitores ou representantes. Diversos temas como: intercâmbio; disciplinas oferecidas pela UFJF; projetos de extensão e iniciação científica; Restaurante Universitário (RU); bolsas e auxílios; cursos de línguas estrangeiras; Regimento Acadêmico (RAG); Ouvidorias; Sistema Integrado de Gestão Acadêmica (Siga); e atividades culturais, foram esclarecidos para facilitar a vida dos estudantes.

Matheus Lohan já pensa em intercâmbio (Foto: Gustavo Tempone/UFJF)

A Universidade aproveitou o momento para distribuir kits para os calouros como uma forma de demonstrar afeto e acolhimento. Além disso, apresentou três boas notícias comemoradas este ano: Inauguração do Jardim Botânico; Comemoração do aniversário de 90 anos do Cine-Theatro Central; e a abertura especial do Centro de Ciências para calouros e convidados.

Após as falas oficiais, foi a vez do grupo Guerreiras de Clara serem as responsáveis pela apresentação cultural. A iniciativa em convidar o bloco para participar da recepção foi uma homenagem ao Dia Internacional da Mulher. O grupo, composto apenas por mulheres, homenageia a intérprete mineira Clara Nunes.

Expectativa

Aos poucos, muitas histórias se entrelaçam com as da UFJF, como é o caso de Filipe Emanuel da Silva Henriques. Natural de Conselheiro Lafaiete, o jovem de 18 anos, começou a se preocupar com futuro antes dos 15, ao se inscrever no Programa de Ingresso Seletivo Misto (Pism). Calouro da Faculdade Letras (Fale), conta que a adaptação em Juiz de Fora tem sido favorável, principalmente, considerando que as pessoas têm sido receptivas e o ambiente muito tranquilo. As expectativas para a vida universitária são muito altas, ainda mais, depois do primeiro dia de aula e a conversa inicial com os professores.

Filipe Emanuel da Silva Henriques: “O que me deixa mais tranquilo é que a Universidade dispõe de bons recursos para me manter aqui” (Foto: Gustavo Tempone/UFJF)

“O que me deixa mais tranquilo é que a Universidade dispõe de bons recursos para me manter aqui”, comenta Henriques. Antes de começar o ano letivo, pesquisou todas as possibilidades oferecidas pela UFJF e garante que: “Os recursos ajudarão muito em minha formação na licenciatura, e também para me manter aqui dentro, tendo em vista as condições financeiras da minha família.”

“Eu estou pensando nas festas. Estou adorando esse clima universitário”, ressalta a caloura do curso de Turismo, Fabrine Gomes. Aos 18 anos, diz se sentir muito feliz e empolgada em poder estar na UFJF. “Eu me sinto bastante satisfeita por ser acolhida sendo negra, mulher e empoderada. Mais satisfeita ainda, pois aqui, nós vemos que há muitas pessoas assim também. Eu acho que vim para a faculdade certa.”

Fabrine Gomes: Eu me sinto bastante satisfeita por ser acolhida sendo negra, mulher e empoderada” (Foto: Gustavo Tempone/UFJF)

Sobre as possibilidades que a Instituição oferece, ela diz ter noção sobre as bolsas, auxílios e destaca que eles a ajudarão bastante, principalmente, considerando que tem uma filha de um mês. “Eu preciso de auxílio e pretendo buscar esse apoio para permanecer na faculdade. Eu espero que a Universidade nos ofereça apoio, pois é isso que nós precisamos.”

“Eu sempre fui muito ansioso para entrar aqui na UFJF”, aponta o calouro do curso de Economia, Matheus Lohan. Aos 21 anos, o estudante se diz muito feliz em poder ingressar na vida universitária e garante que dará o seu melhor para conseguir participar das bolsas oferecidas pela Universidade e fazer intercâmbio, “pois é isso que eu quero para mim”.

Ele ressalta que escolheu o curso de Economia desde que vivenciou as eleições de 2018 e percebeu o quanto a temática é algo que mexe com o país. Quando perguntado sobre as oportunidades que a UFJF oferece às pessoas com deficiência, garantiu já estar ciente e está conversando com todos os setores e pessoas que possam ajudá-lo na trajetória acadêmica, “agora é só viver tudo que a vida universitária tem a me oferecer”.

Acompanhado de Lohan, estava Tufy Antônio, também da Economia. O calouro acha que essa será uma fase de bastante aprendizado e está com muitas expectativas sobre a Universidade. “Ainda não conheço todas os auxílios e possibilidades oferecidos pela UFJF, mas já fiquei sabendo sobre as bolsas de intercâmbio e sei que elas dependem das notas. Então, minha meta é me dedicar bastante para realizar esse sonho.”

Outras informações: (32) 2102-3966 (Cerimonial-UFJF)

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