Da esquerda para a direita: professora Sonia Virgínia Moreira, professora Iluska Coutinho, mestrando Vítor Almeida, professor Márcio Guerra e professor Francisco Brinati (foto: Aurora Miranda)

No Brasil, emissoras de rádio e de televisão são concessões públicas e, por isso, passíveis de regulação. Mas como a mídia aborda as questões da sua própria regulamentação? Foi pensando nesse assunto, ainda pouco discutido, que o mestrando do Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Vitor Pereira de Almeida, desenvolveu a sua dissertação.

Intitulado “A regulamentação da mídia no Brasil: Reflexões no telejornalismo público e no comercial”, o estudo analisa como programas jornalísticos das TVs pública e privada abordam o tema dentro de suas programações. Além de trabalhar com a definição do termo regulamentação e apresentar as leis presentes desde a Constituição de 1891 até os dias atuais, o pesquisador também mapeou as principais formas de telejornalismo na TV pública nacional – TV Brasil – e na principal TV de caráter comercial – Rede Globo -, tendo como objetos de análise os programas “Caminhos da Reportagem” – programa de reportagens da TV Brasil -,  “Ver TV” – programa de entrevistas da TV Brasil – e o “Jornal Nacional” – telejornal da Rede Globo.

“Aplicamos a metodologia chamada Análise da Materialidade Audiovisual, que foi desenvolvida pela professora e minha orientadora Iluska Coutinho e visa analisar o objeto audiovisual como um todo, decompondo esse objeto em eixos de análises. Com os eixos sendo aplicados aos objetos, conseguimos verificar se existe pluralidade, diversidade e cidadania/autonomia nesses objetos”, explica Vítor.

Nos programas  “Caminhos da Reportagem” e “Ver TV” foram examinadas edições que tratavam especificamente da regulamentação da mídia. Já no Jornal Nacional, o pesquisador não encontrou edições que abordassem a temática e, por isso, optou por analisar esses eixos durante 15 dias, na semana anterior ao primeiro turno das eleições de 2018 e na semana anterior ao segundo turno das eleições. O pesquisador acredita que durante este período o papel social do telejornal tem ainda mais relevância por auxiliar na informação dos cidadãos que escolheriam seus representantes: “imaginamos que os critérios de pluralidade, diversidade e cidadania estariam mais presentes”, complementa.

O acadêmico acredita que as discussões em torno do tema são relevantes já que a falta de informação em torno do assunto é prejudicial ao seu desenvolvimento. “Acho importante a academia pautar a sociedade e explicar temáticas importantes como essa. Entendemos a comunicação como um direito público. Nessa perspectiva, é necessário tratar da regulamentação para garantir um serviço de comunicação de qualidade”, ressalta.

Quem corrobora com a ideia é o professor e coorientador do estudo, Márcio de Oliveira Guerra, que defende maiores debates em torno do tema. “Existe uma dificuldade hoje de se tratar o assunto por conta dos grupos hegemônicos que não deixam isso virar pauta e fazem uma confusão junto à população associando a regulamentação à censura. O que o Vitor faz é um trabalho muito interessante pela temática ser pouco trabalhada e pela contribuição que o trabalho dele dá para realimentar essa discussão e lembrar que é necessária e imprescindível”, conclui.

Contatos:
Vitor Pereira de Almeida – (mestrando)
vitoralmeida_cefet@hotmail.com

Iluska Maria da Silva Coutinho (orientadora UFJF)
iluska.coutinho@ufjf.edu.br  

Márcio de Oliveira Guerra – (coorientador – UFJF)
marcio.guerra@ufjf.edu.br

Banca examinadora:
Profa. Dra. Iluska Maria da Silva Coutinho (orientadora UFJF)
Prof. Dr. Márcio de Oliveira Guerra (coorientador UFJF)
Profa. Dra. Sonia Virginia Moreira (UFJF)
Prof. Dr. Francisco Ângelo Brinati (UFSJ)

Outras informações: (32) 2102-3616 – Programa de Pós-Graduação em Comunicação