Equipe Journway venceu etapa OnCampus (Foto: Arquivo pessoal)

Equipe Journway venceu etapa OnCampus (Foto: Arquivo pessoal)

Como empregar 10 mil jovens na próxima década? Responder a essa pergunta é um desafio que se torna maior ainda se pensarmos em sua solução. É o que se propõe a equipe JournAway, que tem o apoio do Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (Critt) e que, no último dia 18, alcançou o primeiro lugar do Hult Prize OnCampus, sediado na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

O próximo desafio é vencer a etapa regional, que conta com equipes de diversos países em disputa que será realizada em 2019. Entre noites passadas em claro para planejar o projeto vencedor e a necessidade de já estar com o produto funcionando para a fase – que tem início em março – os desafios do Hult Prize têm sido vividos intensamente pelas estudantes da JournAway.

O Hult Prize OnCampus

Organizado pela Hult Prize UFJF, a primeira fase da disputa – que pela primeira vez aconteceu na UFJF – contou com equipes compostas por alunos dos campi de Juiz de Fora e Governador Valadares e teve a final realizada no Centro de Ciências da Universidade, no dia 18 de novembro.

O desafio foi propor iniciativas para solucionar a questão “como estimular todo o potencial dos jovens para se desenvolverem economicamente, socialmente e em comunidade, possibilitando a criação de empregos para 10 mil jovens na próxima década”, que foi divulgada na final da edição de 2018 da competição, na Organização das Nações Unidas (ONU).

Além da equipe vencedora, as equipes School e Estonteco foram segunda e terceira colocadas, respectivamente, e serão avaliadas por um júri internacional que vai definir a participação ou não na próxima etapa.

O projeto vencedor da JournAway propôs uma plataforma em forma de jornadas que tem o objetivo de estimular habilidades importantes para a inserção do jovem no mercado de trabalho, como o desenvolvimento do espírito de liderança e da oratória. Idealizada pelas estudantes Sabrina Castro, Gabrielle Barros, Nayara Medeiros e Anna Beatriz Coelho, a solução proposta pelo grupo teve embasamento na realização de pesquisas e conversas com acadêmicos que apontaram obstáculos para obtenção de emprego por jovens recém-saídos da faculdade.

Com o quarto sendo improvisado como escritório e a equipe formada após alguns percalços, a startup foi pensada em conjunto pelas quatro estudantes, como afirma a aluna de Engenharia de Produção, Sabrina Castro. “Foram as três meninas para a minha casa, e basicamente a gente teve que nos reunir no meu quarto, eu tenho um quadro branco e começamos a colar as ideias que a gente tinha nesse quadro. E, quando a gente começou a agrupar essas ideias, surgiu a JournAway, notando os pontos que mais apareciam e pensando como atacá-los. A ideia veio um pouquinho de cada um, foi construída desde o zero em conjunto”.

Etapa Regional

A próxima etapa tem início previsto para março de 2019 e vai reunir acadêmicos de vários países. O desafio da vez é estudar e iniciar a aplicação do projeto, enfrentando todos os possíveis problemas que possam surgir na prática. A equipe vencedora da regional tem assegurada a vaga na fase seguinte, a Acelerattor, que acontece em julho e mantém as 50 equipes confinadas no Castelo do Hult Prize, em Londres, durante dois meses.

O desafio já consegue tirar noites de sono de Sabrina, que destaca a importância de se estar com o projeto sendo comercializado antes da etapa regional, como foi ressaltado por membros da organização internacional do Hult Prize nos eventos de capacitação realizados anteriormente. “Um dos representantes internacionais do Hult Prize veio aqui, deu uma motivada e falou sobre como seria o projeto. Ele ainda alertou que a equipe que passasse já teria que estar com o projeto rodando para apresentar nas regionais. Então, nessa próxima etapa, nós já temos que estar com o produto validado e funcionando em alguns lugares, talvez até já vendendo”, ressalta.

A prática já está sendo iniciada com parcerias com instituições de ensino e empresas, oferecendo um trabalho de consultoria junto às instituições. No entanto, a estudante de engenharia ainda destaca que há um longo progresso pela frente. “Nós queremos chegar à final com tudo, com a startup já estar vendendo, e não só funcionando por meio de parcerias como estamos atualmente. Mas, para as finais, já queremos estar com a empresa mostrando que o conceito realmente funciona, que é o que a gente precisa. E nós temos três meses para fazer isso”.

Na etapa regional, que acontece em 50 cidades de todo o mundo, há a possibilidade de a equipe classificada escolher entre três dos locais e a organização geral do Hult Prize tomar a decisão final entre as cidades previamente escolhidas. A JournAway optou por Singapura, Madrid e Cidade do México e aguarda pelas confirmações do local e data da disputa.

Outras informações podem ser encontradas na página da JournAway no Instagram ou na página do Hult Prize UFJF no Facebook.