Os primeiros alunos da Faculdade de Medicina (Famed) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) formaram-se há 60 anos. Em comemoração, o curso homenageou a primeira turma, na manhã desta terça-feira, no auditório da Faculdade de Medicina, com a entrega de uma placa comemorativa a cinco ex-alunos: Aloysio Fellet, Antônio Carlos Andrès, José Carlos Barbosa, Ramon Expedito de Castro e Sagrado Lamir David.
A Faculdade de Medicina foi criada em 1952 e a primeira turma ingressou em 1953. Eram 17 homens e uma mulher, que se denominam “os 18 do forte do Morro da Glória”, local onde funcionou o primeiro prédio da Faculdade. O reitor da UFJF, Marcus Vinicius David, ressaltou o papel da Famed para a história da instituição. “A Faculdade de Medicina é uma das que serviram de base para a criação da Universidade e nos enche de orgulho, com uma história muito bonita e que sinaliza para a importância das faculdades públicas contribuírem na formação dos médicos”, afirmou.
Formado pela Famed, o prefeito de Juiz de Fora, Antônio Almas, destacou que, além de ser um importante polo de avanço para a região da Zona da Mata, a Faculdade também foi fundamental em sua trajetória. “Eu só tenho que agradecer a essa casa tudo o que eu conquistei na vida, inclusive o fato de estar como prefeito. Foi aqui, a partir do movimento estudantil – como representante de turma e depois como candidato à presidência do Diretório Acadêmico – que toda minha história política surgiu”, contou.
A diretora da Famed, Maria Cristina Vasconcellos, destacou a importância de lembrar a história dos 66 anos da instituição e ressaltou os avanços obtidos. “A gente continua escrevendo a história, com um prédio novo, com tecnologias novas e uma grande inserção junto à Universidade como um todo. É uma história que não tem fim, não teve fim e vai continuar mudando muito.”
Aloysio Fellet foi escolhido como representante dos homenageados para ser o orador na solenidade. Ele ressaltou a paixão dos formandos da primeira turma pela medicina e o papel deles como construtores da faculdade. “O diploma obtido na instituição reforça nossa disposição para lutar pela defesa permanente da Faculdade de Medicina de Juiz de Fora”, garantiu.
JK como paraninfo
Outro homenageado e professor da UFJF, Sagrado Lamir David, afirmou que o evento é essencial para valorizar os ex-alunos e preservar a história da Faculdade. “A memória da Faculdade, muito mais do que dela, é da Universidade e é também da cidade de Juiz de Fora. Ela representa a continuidade do passado no presente e lembrar da história é necessário para garantir o futuro”, disse.
José Carlos Barbosa, orador da primeira turma, em seu discurso de formatura no dia 17 de dezembro de 1958, destacou a necessidade de investir na federalização da Faculdade de Medicina. Ele lembra que o paraninfo da turma, o presidente Juscelino Kubitschek, prometeu a construção da UFJF na ocasião. “Quando era governador de Minas Gerais, JK foi quem liberou os recursos que possibilitaram a criação da Faculdade de Medicina; então quando terminamos o curso o convidamos para ser nosso paraninfo. No discurso, manifestei o desejo pela criação da Universidade, que acabou se concretizando antes do fim do mandato de JK como presidente”, explicou. Barbosa considera que a federalização foi o principal salto dado pela Famed, que passou a contar com mais recursos para investir em pesquisa e ensino.
Hoje, ele atua como professor da Faculdade de Medicina e foi responsável por escrever o livro “Criação da Faculdade de Medicina de Juiz de Fora e da Universidade Federal de Juiz de Fora: um recorte na nossa história”, que relembra os caminhos percorridos na implantação do curso e os avanços alcançados. “Participei de tudo isso, então tinha que registrar essa história, colocar a minha memória no papel. O livro é resultado de pesquisas, mas também com as histórias de tudo que acompanhei e acompanho até hoje”, conta. Ao final da solenidade, Barbosa doou e autografou a obra.
Confira fotos da solenidade de comemoração dos 60 anos da primeira turma de Medicina da UFJF