“Ficamos aqui na expectativa para ver a carinha dela quando sair da prova”, afirma Amauri Luís, avô da candidata Victória Mendes (Foto: Twin Alvarenga)

Nos dias de realização dos exames do Programa de Ingresso Seletivo Misto (Pism), a ansiedade não é só dos mais de 34 mil candidatos que buscam ingressar na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Durante o primeiro dia de prova, neste sábado, dia 1º, diversos pais permaneceram no campus universitário da Instituição aguardando a saída dos filhos que enfrentaram os testes de conhecimento nas unidades da UFJF.

Distância e viagem planejada
Dos estudos até a chegada no local de prova, toda a trajetória de Letícia Morais foi acompanhada pela mãe Queila Morais. Advindas da cidade de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, elas viajaram durante cinco horas para a filha realizar o Pism III no prédio da Faculdade de Comunicação (Facom), localizado no campus universitário de Juiz de Fora.

Apesar dos mais de 300 quilômetros de distância entre Juiz de Fora e a cidade em que Queila e Letícia residem atualmente, a escolha pela UFJF e pelo curso de Arquitetura e Urbanismo foi feita antes do limite imposto pela terceira fase do Pism. “Ela sempre quis a Arquitetura, não teve muita dúvida com relação à profissão. Eu já conhecia Juiz de Fora anteriormente e ouvimos falar muito bem da cidade, que há uma boa qualidade de vida. Então, resolvemos participar do exame, eu incentivei bastante”, afirma a mãe.

A viagem foi feita com antecedência pelas fluminenses, que se preservaram fazendo, também, o reconhecimento prévio do campus. “Nós fizemos o reconhecimento do local de prova desde ontem e, hoje, a gente ficou bastante preocupado com o trânsito, então procuramos antecipar a saída e, quando chegamos, ainda estava tudo muito tranquilo”, pontuou Queila.

As mães Queila Morais (à esquerda) e Adelaide Barbosa (à direita, canto inferior) se juntaram à outras famílias no aguardo dos candidatos (Foto: Diogo Augusto)

Nervosismo e demorada viagem pelas ruas juizforanas
O nervosismo foi a tônica dos momentos anteriores à prova de Larissa Hellen. No dia anterior, ela, que tem o desejo de cursar Ciências Contábeis na UFJF, teve mal-estar e recebeu suporte da mãe, Adelaide Barbosa. “Nos dias anteriores ela estava tranquila, estudou muito. Mas ontem ela deu uma crise muito forte de ansiedade. Depois se acalmou, o pai chegou e conversou com ela.”

Residir em Juiz de Fora não colaborou na chegada das moradoras do bairro Benfica, na Zona Norte, à Faculdade de Ciências Contábeis, local de prova de Larissa. O trânsito intenso nas vias juizforanas atrasaram a chegada do ônibus que liga o bairro ao campus universitário, resultando em um acréscimo de horas para realizar o trajeto. “Nós pegamos o ônibus às 9h35, mas chegamos aqui só ao meio dia. Minha filha estava bem nervosa no caminho, mas depois entrou uma turma alegre, cantando, aí ela distraiu um pouco, mas demorou bastante”, destacou a mãe, que se disse tranquila em contraste ao nervosismo da filha.

Incentivo para ser a primeira universitária da família
“Avô é pai duas vezes”, afirma o dito popular. Pois Amauri Luís, avô da candidata juiz-forana que faz o Pism II, Victória Mendes, confirma o ditado. No segundo ano em que a neta faz vestibular, foi ele quem permaneceu ao lado da jovem até o momento em que os portões foram fechados – mas ainda mais significativo é o apoio dado pelo avô aos estudos de Victória.

Ainda na dúvida sobre o curso a ser escolhido no Pism III, a decisão será tomada em família e esperando o resultado da primeira prova, segundo Luís. “Ela ainda está em dúvida. Ela tem vontade de fazer Veterinária, mas também está querendo fazer Enfermagem. Mas vamos fazer a escolha definitiva só no ano que vem, né? E também ficamos aqui na expectativa para ver a carinha dela quando sair da prova, para saber como é que foi e, depois, tomar alguma decisão”, explica.

O ingresso na UFJF é visto pelo avô, que não cursou ensino superior, como uma grande oportunidade que ele mesmo não teve. Para Luís, a escolha da faculdade a ser feita fica em segundo plano, com o interesse principal sendo pelo início da vida universitária da neta. “A gente está sempre apoiando. Pagamos o colégio dela e a professora particular para reforçar, porque eu e a avó dela queremos vê-la lá em cima. Nós vamos fazer com que ela se forme de tudo quanto é jeito, a veremos numa faculdade dessa aí e arrebentar a boca do balão. Nós temos que investir nela tudo que a gente puder.”