Constituída exclusivamente por artistas negros a mostra é pioneira na Universidade (Foto: Paula Duarte)

A Galeria Guaçuí do Instituto de Artes e Design (IAD) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) recebe, na próxima segunda-feira, dia 22, às 19h, a exposição “Preto ao Cubo”. A mostra reúne obras de 24 artistas e visa a dar visibilidade às obras de artistas negros e negras.

Constituída exclusivamente por artistas negros a mostra é pioneira na Universidade. De acordo com a professora, Vanessa Raquel Lambert, a iniciativa pretende oferecer um espaço para a apresentação das obras de uma parcela da população que é historicamente negligenciada “os grupos negros têm sido sistematicamente excluídos dos lugares de poder e representação. Isso envolve também o campo das artes visuais.”

A curadoria fica por conta da aluna do IAD, Karina Pereira, juntamente com a professora Eliane Bettocchi. Karina destaca como objetivo da exposição evidenciar e trazer à tona a temática afrodescendente da arte, além do protagonismo negro presente nas obras dos 24 artistas que a compõe. “Vemos muito, na história da arte, o embranquecimento dos saberes e fazeres artísticos, o “esquecimento” ou apagamento dos  saberes não europeus. Sofremos isso em todas as esferas da sociedade e na arte não é diferente. Queremos, com a exposição, dar visibilidade para os e as artistas, negros e negras da Universidade e suas poéticas, sobre o que esses artistas estão falando e problematizando.”

A gestão de integração do IAD, do qual fazem parte a professora Renata Zago e Vanessa Lambert Souza, receberam a proposta de exposição, iniciativa do coletivo Descolônia, destaca a importância do evento em um ambiente de formação artística e intelectual em uma universidade pública. “A maior parte dos museus e espaços culturais no Brasil e no mundo contam repetidamente uma história da arte que é tida como universal (branca, heteronormativa e de  dominância ocidental). Desse modo, invisibilizam produções negras, assim como também de outras minorias, tais como mulheres, indígenas e comunidade LGBT. A participação igualitária nesses espaços culturais é uma premissa para uma sociedade democrática”, pondera Vanessa.

O evento está sendo pensado desde 2016 e conta com a organização do Coletivo Descolônia e do projeto de extensão Laboratório de Descolonização. As produções que serão expostas são de 24 artistas, composto por alunos e ex-alunos do Instituto de Artes e Design( IAD) e um artista convidado.

Outras informações: (32) 2102-3350 – Instituto de Artes e Design