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Juliana Varejão com o professor orientador Antonio Ferreira Colchete Filho, após a defesa da dissertação “Da Belle Époque à Cidade Olímpica: urbanismo, arquitetura e arte pública na Praça Mauá do Rio de Janeiro” (foto: arquivo pessoal)

O interesse pelas transformações na arquitetura e na arte da Praça Mauá, situada no centro urbano do Rio de Janeiro, e pela importância histórica que ela assume motivou a acadêmica Juliana Varejão Giese a desenvolver sua dissertação de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Ambiente Construído, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). A pesquisa foi realizada a partir da análise dos principais planos urbanos da cidade que tiveram influência direta e indireta na Praça.

Juliana revela que o interesse pelo tema surgiu a partir do incentivo de seu orientador e de discussões realizadas no grupo de pesquisa do qual fazia parte: o Ágora. Além disso, a relevância da Praça Mauá ganhava cada vez mais visibilidade devido aos eventos esportivos que sediou recentemente. “O objetivo da minha pesquisa foi evidenciar a trajetória histórica da praça através do urbanismo, arquitetura e arte pública em um recorte temporal demarcado pelo ano 1910 como limite inicial, ano da primeira urbanização da praça e nomeação como Praça Mauá, e pelo ano de 2017 como limite final, abordando as consequências da última intervenção esportiva ocorrida na área.”  

Para sistematizar a trajetória, a pesquisadora utilizou fontes acadêmicas e científicas, plantas técnicas e históricas da cidade e fotografias encontradas em registros passados. Em seguida, realizou uma análise das ações transformadoras do espaço da Praça Mauá e das consequências  das intervenções urbanísticas para a identidade do local ao longo do tempo. “Com essas análises, foram destacados quatro planos urbanos para a cidade do Rio de Janeiro: o projeto da gestão de Pereira Passos, o Plano Agache, o Plano Doxiadis e a Operação Urbana Consorciada Porto Maravilha”, ressalta Juliana.

A arquiteta explica que as mudanças ocorridas na Praça Mauá foram fruto de intervenções relacionadas à construção ou renovação da imagem do Rio de Janeiro. Segundo ela, quatro políticas foram fundamentais para tais transformações: a higienista e de embelezamento de 1906, com a implantação do poder cultural na praça, a de remodelação e embelezamento, que materializou o poder nacionalista na década de 30, a de eficiência e funcionalismo, de 1965, com o poder capitalista afirmado e, por fim, a política de espetacularização do espaço urbano, na contemporaneidade, materializando o poder midiático.

O professor orientador Antonio Ferreira Colchete Filho considera a pesquisa importante por destacar as mudanças ocorridas em um lugar de destaque do Rio de Janeiro, a Praça Mauá. Assim, o trabalho abrange as transformações do início até os dias atuais de protagonismo do espaço durante os Jogos Olímpicos. “A pesquisa parte da cidade como lugar majoritário da experiência humana, com seus múltiplos agentes, interesses e resultados espaciais diferentes a cada tempo.”

Juliana acrescenta que uma característica importante que seu estudo assumiu foi a de relacionar o município com seus espaços públicos. “Buscamos demonstrar que compreender o contexto urbano é fundamental para entender as transformações pelas quais a cidade e seus espaços públicos passam.”

Contatos:
Juliana Varejão Giese (mestranda):
juvarejao@gmail.com

Antonio Ferreira Colchete Filho (orientador-UFJF):
arqfilho2@globo.com

Banca examinadora:
Prof. Dr. Antonio Ferreira Colchete Filho (orientador-UFJF)
Prof. Dr. Frederico Braida Rodrigues de Paula (UFJF)
Profª. Drª. Lucia Maria Sá Antunes Costa (UFRJ)

Outras informações: (32) 2102-6465- Programa de Pós-Graduação em Ambiente Construído