Estudantes em condição de vulnerabilidade social tiveram aulas gratuitas no decorrer do ano (Foto: Arquivo pessoal)

Estudantes em condição de vulnerabilidade social tiveram aulas gratuitas no decorrer do ano (Foto: Arquivo pessoal)

Quase sete milhões de pessoas fizeram as provas da última edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), aplicadas nos dias 5 e 12 de novembro, em 1.750 cidades brasileiras. O exame é, hoje, a principal porta de entrada para as instituições de ensino superior públicas do país. A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) contribuiu para que dezenas delas tivessem uma ajuda a mais neste momento tão importante da vida; elas frequentaram o Cursinho Garra, um projeto de extensão da UFJF que visa preparar pessoas em situação de hipossuficiência econômica para as provas do Enem, contribuindo para a universalização do acesso ao ensino superior público no Brasil.

Criado em 2017 por alunos da Faculdade de Medicina da UFJF (Famed), sob a coordenação da professora Ivana Damásio Moutinho, o Garra é um cursinho popular preparatório para Enem, que oferece aulas gratuitas a 60 pessoas que cursaram o ensino médio em escola pública e se encontram em condição de vulnerabilidade social. As aulas são ministradas de segunda a sexta, no horário noturno, na sala 1402 da Faculdade de Letras.

O projeto também valoriza a formação cidadã de seus alunos, bem como dos acadêmicos da UFJF envolvidos na iniciativa e, desta forma, oferece aulões, debates e saraus envolvendo questões que influenciam na formação ética dos participantes. “Queremos quebrar este ciclo de pobreza; oferecer condições para que essas pessoas tenham acesso a tudo o que elas têm direito mas, pelas suas condições financeiras, torna-se uma barreira”, afirma o aluno do 4º período de Medicina da UFJF, Caíque Neves Nunes, um dos idealizadores do projeto.

Atualmente, o cursinho conta com 19 alunos dos cursos de graduação da Universidade, que atuam como professores no projeto, além de 22 monitores e 12 membros de coordenação – todos voluntários. Os alunos também possuem acesso a assessoria pedagógica e psicológica, dentre outros serviços assistenciais.

O projeto integra uma ONG nacional, chamada Brasil Cursinhos e o material didático é oferecido, gratuitamente, pelo Colégio Cave, parceiro da iniciativa. A faixa etária dos estudantes varia entre 17 e 65 anos.

Novas perspectivas

Para Marcia Barbosa da Silva Krass, que aos 54 anos encontrou no Garra a motivação que faltava para voltar a estudar, o cursinho foi fundamental para que vislumbrasse uma nova realidade para ela e o filho Wendel, que tem síndrome de Down e a acompanha todos os dias na aula, por não ter com quem ficar em casa. “O cursinho me ajudou em tudo, a acordar muita coisa que estava na minha cabeça mas que, por ter me formado há muito tempo, não lembrava mais. Aos poucos fui pegando o ritmo de novo, relembrando. Se neste ano não conseguir entrar na faculdade, não tem problema; no ano que vem quero fazer parte, de novo, do Garra, porque lá é muito bom”, conta a estudante, que sonha em cursar a Faculdade de Serviço Social.

Processos seletivos abertos

Atualmente, o Cursinho Garra está com inscrições abertas para professor e coordenador de diretoria. Para participar dos processos seletivos, cujas vagas são destinadas ao trabalho em 2018, os candidatos devem se inscrever, exclusivamente, pela internet. Interessados em concorrer a uma vaga para professor devem responder ao formulário de inscrição disponível neste link e aqueles que querem se candidatar às vagas para coordenador de área devem inscrever-se por meio do formulário presente neste link.

Os detalhes sobre o trabalho das coordenadorias do Cursinho podem ser consultados neste link.

Confira aqui o edital para as vagas de professor do Garra.

Confira aqui o edital para as vagas de coordenador de área do Garra.

Outras informações: Perfil do projeto no Facebook.