Letícia Perani visitou a Escola Municipal Tancredo Neves para falar sobre a Ciência dos Games. (Foto: Alexandre Dornelas)

A pesquisadora Letícia Perani visitou a Escola Municipal Tancredo Neves para falar sobre a Ciência dos Games. (Foto: Alexandre Dornelas)

Os videogames estão entre os principais meios de descontração dos jovens, os quais, muitas vezes, desconhecem a possibilidade de tornar esse hobby um objeto de estudo. Foi por meio de um bate-papo, nesta terça, 24, que Letícia Perani, pesquisadora do Instituto de Artes e Design (IAD/UFJF), mostrou aos jovens da Escola Municipal Tancredo Neves esta área da ciência que trabalha com diversão, como parte do projeto “A ciência que fazemos”.

Durante a conversa, Letícia mostrou para os alunos do 8º e 9º ano um pouco da abrangência das pesquisas desenvolvidas no IAD e o potencial de aplicação dessa teoria no estudo dos jogos. Coordenadora do Grupo de Estudos Lúdicos (Ciberludens), ela conta que para desenvolver uma personagem é necessário um estudo aprofundado sobre a cultura, anatomia e história característica do povo escolhido para ser representado, portanto, ela afirma que “jogo é uma coisa séria”. Além da parte artística, é imprescindível o estudo sobre a mecânica do jogo, que pode ser tanto divertido, quanto educativo.

Trabalhar com games não necessariamente refere-se à criação. Atualmente o espaço preenchido por eles na vida cotidiana é tão grande que permite que é possível ganhar dinheiro narrando e promovendo campeonatos de jogos, além de produzir vídeos explicativos e analíticos para o YouTube. Um grande exemplo do sucesso financeiro acarretado pelos games é o Campeonato Mundial de League Of Legends (LOL), jogo cujo prêmio varia em milhões de dólares. Outro exemplo são os números vinculados ao mercado de games nos dias de hoje, mais rentáveis que o de cinema e música, cerca de 60 bilhões de dólares por ano no mundo.

Letícia mostrou que além da parte artística, é imprescindível o estudo sobre a mecânica do jogo, que pode ser tanto divertido, quanto educativo. (Foto: Alexandre Dornelas)

Letícia mostrou que além da parte artística, é imprescindível o estudo sobre a mecânica do jogo, que pode ser tanto divertido, quanto educativo. (Foto: Alexandre Dornelas)

Desmistificar a imagem do pesquisador tradicionalmente estereotipada como um homem, excêntrico, que usa um jaleco e passa a maior parte do tempo sozinho em um laboratório é um dos objetivos do Carlos Henrique Duque Estrada, professor de ciências da escola Tancredo Neves e doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Ecologia da UFJF. Ele conta que teve a ideia de levar para a escola em que leciona o projeto “A ciência que fazemos” para mostrar as possibilidades e aguçar o interesse dos alunos pela produção da Universidade. “A escolha do tema serviu para atrair a atenção desses adolescentes que são pegos diariamente em sala de aula comentando e trocando informações sobre os jogos eletrônicos”, comenta Duque Estrada.

Após a palestra, alguns alunos se mostraram motivados a conhecer mais profundamente a área da ciência, visto que são admiradores de diversos jogos, sendo o FIFA o mais citado por eles. Para Juan Souza e Davi Nascimento, de 15 anos, cientista é aquele que estuda um tema específico. Antes da conversa com Letícia eles não imaginavam que games, um assunto tão próximo,  pudessem ser um tema científico, ambos disseram ter mudado seus conceitos e que irão pensar na possibilidade de entrar para o meio acadêmico da UFJF.