“Ecologia envolve desde a célula até o universo. A gente vai encontrar esse elo comum muito facilmente”. Dessa forma, Juliane Lopes, professora do departamento de zoologia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), deu início à 5ª edição do GAE Expande, nesta terça, dia 4, no Centro de Ciências. O tema do encontro “Bios” — um tipo de vida estruturada na articulação constante entre corpos” uniu pesquisadores da biologia, da geografia e de artes para uma conversa sobre comportamento biológico de formigas à profissionais de dança, performance e ser social.

Professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e uma das organizadoras do evento, Paula Scamparini, ressaltou a importância de se trazer pesquisas ainda em andamento para a discussão interdisciplinar, afinal, o tema, e o próprio formato leve e horizontal do encontro permitem que haja uma discussão para além de uma delimitação curricular. Matheus de Simone, também organizador, comenta que é objetivo do grupo discutir temas que as pessoas tenham ideias diferentes, mas que consigam criar um diálogo interdisciplinar. “Não é apontar denominadores comuns, mas sim descobri-los a partir do encontro” diz.

O professor do departamento de geociências da UFJF, Leonardo Carneiro, mostrou sua experiência com o projeto de extensão de agroecologia, comunidades tradicionais e quilombolas que desenvolve juntamente com bolsistas. Ele aponta a necessidade de valorização da pesquisa em campo, para “entender a química do mundo”. “Quando estamos em campo, há coisas que a gente escuta, independentemente de entrar na pesquisa ou não, que entra e abre a sua percepção, abre os poros”, ressalta.

Segundo Letícia Nabuco, artista e pesquisadora na área de dança, a percepção foi se aliando com outras ideias para começar o estudo de “Ceder à cidade”, que se fundamenta pelo interesse pela matéria que compõe o espaço, com tudo de bom e ruim que ele tem, entendendo que isso também faz parte de tudo que envolve a “Bios” e a relação com o corpo. A pesquisadora em arte contemporânea da UFJF, Mariana Lage construiu o debate com um paralelo entre suas pesquisas em comunicação, filosofia e arte. Abordando estética e experiências sociais, refletiu que “nessa técnica de calcular, num ritmo galopante, a ciência já vai sabendo o que ela tem que alcançar, então, ela não está aberta. No pensar sereno, meditativo, você anda, e o que você achar, é encontro com a parte mais interessante”.

O GAE Expande se reúne mensalmente, a pretensão, a partir de agora, é que os encontros sejam intercalados entre Juiz de Fora e Rio de Janeiro.