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Michele Flores dos Santos (à esquerda) defendeu a dissertação no dia 30 de agosto na UFJF (foto: arquivo pessoal)

Há privilégio para os trabalhadores no serviço público? A pesquisa de mestrado da aluna do Programa de Pós-graduação em Serviço Social, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Michele Flores dos Santos, tenta responder essa questão, desmitificando a compreensão de que o trabalho exercido em repartições públicas é privilegiado em relação à atividade profissional nas empresas privadas. Para abordar o tema, Michele foca a Reforma Gerencial de 1995, ocorrida no Brasil, transformando o serviço público brasileiro.

Segundo a acadêmica, a Reforma Gerencial de 1995 reorganizou os mecanismos de trabalho no serviço público na direção de um modelo de administração que adota técnicas administrativas que interessam ao mercado, introduzindo novas formas de gestão e controle em nome da produtividade. “Meu estudo analisa como esse processo de modernização acontece no Judiciário e como ele impacta os trabalhadores, especialmente os assistentes sociais.”

Para realizar o estudo, a pesquisadora entrevistou oito assistentes sociais do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro que atuam em sete municípios: Vassouras, Paracambi, Engenheiro Paulo de Frontin, Mendes, Piraí, Miguel Pereira e Paty do Alferes. Por meio de um questionário, coletou dados organizados em três seções: situação socioeconômica, ambiente de trabalho e vida comunitária e familiar. “Descobrimos que há no serviço público uma precarização nas condições e relações de trabalho em diversos aspectos, como infraestrutura, cobrança de metas, contratações distintas, insegurança, instabilidade, desvalorização, que acarretam problemas de saúde como estresse, depressão e transtorno de ansiedade.”

Para a orientadora da pesquisa, a pró-reitora de Extensão da UFJF, Ana Lívia de Souza Coimbra, o estudo contribui para o campo pois analisa as transformações no mundo do trabalho que impactaram a organização, a gestão dos processos de trabalho e a saúde do trabalhador. “Desde os anos 1990, têm sido adotados mecanismos de organização e gestão que levam ao processo de adoecimento do trabalhador.”

Contato:
Michele Flores dos Santos
flores.michele@gmail.com

Banca examinadora:
Profa. Dra. Ana Lívia de Souza Coimbra (orientadora – UFJF)
Prof. Dr. Ronaldo Vielmi Fortes (UFJF)
Prof. Dr. Rômulo de Souza Castro (Cefet-RJ)

Outras informações: (32) 2102 – 3569 – Programa de Pós-graduação em Serviço Social