Camila Caixeta Gonçalves defendeu a dissertação “PRAÇA TIRADENTES: O espaço público através da imaginária urbana (Séculos XIX, XX e XXI)”, na Faculdade de Engenharia da UFJF (foto: arquivo pessoal)
A Praça Tiradentes, na região central do Rio de Janeiro, destaca-se por possuir o primeiro monumento do Brasil, instalado em 1862. Esse espaço foi escolhido pela acadêmica Camila Caixeta Gonçalves para referenciar a sua pesquisa de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Ambiente Construído, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). O objetivo geral da pesquisadora foi o de evidenciar as relações do espaço público com a imaginária urbana. Nesse sentido, ela desenvolveu o estudo sobre a Praça desde o século XIX até os dias atuais.
Segundo Camila, os elementos localizados na Praça Tiradentes representam os ideais estéticos de uma época e dos agentes sociais que os criaram. “Esculturas, monumentos e instalações temporárias adquiriram um significado, uma apropriação específica pelos usuários desse espaço e que fazem parte da memória da cidade do Rio de Janeiro. Logo, as intervenções urbanas que ocorreram nesse espaço construído foram contadas através de seis elementos escultóricos que estão – ou já estiveram – localizados nesse espaço ao longo dos séculos XIX, XX e XXI. Estas esculturas são entendidas como meios de comunicação e concentram em si inúmeros significados e tem o objetivo de manter viva a memória e identidade de determinados grupos que integram a imaginária urbana deste local.”
Para o desenvolvimento da pesquisa, Camila Caixeta coletou materiais de referências primárias e secundárias em órgãos públicos que possuem acervo sobre a história da cidade e dos monumentos do Rio de Janeiro. “Os dados foram coletados na Biblioteca Nacional, no Instituto Pereira Passos, no Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro e na Gerência de Monumentos e chafarizes. Foram realizadas também visitas na praça Tiradentes para elaboração de mapas e fotografias com o objetivo de compreender a dinâmica atual da paisagem.”
A acadêmica conta que o interesse pelo tema dos espaços públicos e seus elementos urbanos aflorou após um intercâmbio realizado na França. “Foi na França do início do século XIX que desencadeou um fenômeno denominado Statuomanie, que representou uma proliferação de esculturas públicas dos grandes homens. Tais objetos, instalados no espaço público, passam a ser acessíveis a toda população. Os significados atribuídos com o passar do tempo não são necessariamente os mesmos idealizados por quem os concebeu. Tal fato reforça a complexidade dos espaços públicos e do variado público que o vivencia e o reinterpreta todos os dias.”
Em relação aos resultados alcançados, a mestranda destaca a “possibilidade de entender a imaginária urbana da praça Tiradentes como um produto das relações sociais em cada recorte temporal analisado, constituindo uma ferramenta de investigação dos projetos realizados nos espaços públicos.”
O orientador da pesquisa, Antônio Ferreira Colchete Filho, ressalta que o estudo é bastante significativo para a sociedade, pois “conta a história da cidade de uma maneira criativa, o que desperta a curiosidade em leitores de diferentes formações e interesses.”
Contatos:
Camila Caixeta Gonçalves (mestranda)
camilagcaixeta@gmail.com
Antônio Ferreira Colchete Filho (orientador – UFJF)
arqfilho@globo.com
Banca examinadora:
Prof. Dr. Antônio Ferreira Colchete Filho (orientador -UFJF)
Prof. Dr. Frederico Braida Rodrigues de Paula (UFJF)
Prof. Dr. José Gustavo Francis Abdalla (UFJF)
Prof. Dr. Paulo Knauss de Mendonça (UFF)
Outras informações: (32) 2102 – 6465 – Programa de Pós-Graduação em Ambiente Construído