doutorado ecologia

Na imagem, da esquerda para a direita, professor Marcelo Manzi Marinho; doutoranda Marcela Miranda, professor Jean Pierre Henry Balbaud Ometto (no vídeo), professora Lúcia Helena Sampaio da Silva, professora Vanessa Becker, professora Simone Jaqueline Cardoso e o professor Roberto Júnior Pedroso Dias (foto: arquivo pessoal)

Contribuir para a melhora da qualidade da água do lago do Museu Mariano Procópio (MAPRO), em Juiz de Fora, foi o objetivo da tese de doutorado “Medidas de mitigação para controle e manejo das florações de cianobactérias em um sistema raso tropical.” O trabalho foi defendido pela doutoranda Marcela Aparecida Campos Neves Miranda, do Programa de Pós-Graduação em Ecologia (PGECOL), da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Segundo Marcela, a ideia da pesquisa surgiu após a direção do Museu buscar uma alternativa junto à UFJF para “limpar a água do lago” em 2012. A cor esverdeada não permitia que os visitantes observassem os peixes e o mau cheiro era relatado por muitas pessoas no parque. A acadêmica explica que os transtornos são causados pelo excesso de nutrientes que promovem um rápido crescimento de um grupo de algas, as cianobactérias. A esse acelerado desenvolvimento das algas dá-se o nome de floração.

A pesquisadora esclarece, ainda, que as florações de cianobactérias são comumente observadas em ambientes ricos em nutrientes, principalmente nitrogênio e fósforo. O aumento nas concentrações desses nutrientes em ambientes aquáticos, é conhecido como eutrofização. A fontes mais comuns desses elementos são os esgotos domésticos e industriais, fertilizantes agrícolas, água da chuva, fezes de pássaros e folhas de árvores.

Foto 4 Experimento etapa 3

Marcela Miranda com o professor Miquel Lürling, da Universidade de Wageningen (WUR), durante experimento no Museu Mariano Procópio (foto: arquivo pessoal)

O trabalho foi dividido em três fases e contou com parceria de vários pesquisadores e instituições de pesquisa, como a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Universidade de São Paulo (USP), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e Universidade de Wageningen (WUR). “A primeira fase foi para conhecermos o lago, ou seja, fizemos um monitoramento para avaliar a qualidade da água e as entradas de nutrientes, principalmente o fósforo. Na segunda fase, realizamos experimentos em laboratório ao longo do ano de 2015, utilizando a água do lago e testando alguns produtos para flocular e sedimentar as algas. Na terceira, realizamos experimentos em campo utilizando mesocosmos, um sistema que isola uma coluna de água do lago com o objetivo de testarmos em campo os melhores resultados encontrados na etapa anterior, buscando identificar a melhor alternativa para o local”, conta Marcela Miranda.

A primeira fase do trabalho teve a participação do Laboratório de Ecologia Aquática da UFJF para a análise de nutrientes e do Laboratório de Toxinas e Produtos Naturais de Algas (USP) para as análises de toxinas. A partir da segunda etapa, a parceria com o grupo de pesquisa do professor Marcelo Manzi Marinho e com o Laboratório de Ecologia e Fisiologia de Algas (UERJ) possibilitou a realização dos experimentos, levando a uma publicação sobre o tema. Durante a terceira fase,  a parceria com o Centro de Ciências do Sistema Terrestre (INPE) agregou análises importantes nos experimentos com os mesocosmos.

Com os resultados da tese em mãos, o próximo passo é levar os objetivos do estudo para a direção do Museu Mariano Procópio e solucionar a eutrofização e as florações de cianobactérias do lago.

Local importante para a comunidade de Juiz de Fora

Ao estudar um local referência de lazer para os juiz-foranos, é estabelecida uma relação entre produção científica e sociedade. A avaliação é do professor orientador da pesquisa, Jean Pierre Henry Balbaud Ometto. Para o professor, as florações de cianobactérias devem ser tratadas por diferentes motivos. “Pela questão visual, não fica atrativo visualmente, causa odor, e você tem o problema de uma disrupção ecológica, podendo levar à morte de peixes, de outros organismos que vivem naquele lago. Da mesma forma, eu acho que um elemento central dos trabalhos que são desenvolvidos na UFJF e no nosso programa, é o uso cuidadoso da ciência para resolver problemas de ordem prática”, ressalta.

Durante todo o trabalho, a doutoranda teve a supervisão do professor Miquel Lürling, da Universidade de Wageningen (WUR), na Holanda. A parceria foi possível através de financiamento do Programa Ciência Sem Fronteiras, do Governo Federal.

Contatos:
Marcela Campos Neves Miranda (doutoranda)
marcela.miranda.ufjf@gmail.com

Prof. Dr. Jean Pierre Henry Balbaud Ometto (orientador)
jean.ometto@inpe.br

Banca Examinadora:
Prof. Dr. Jean Pierre Henry Balbaud Ometto (orientador – INPE)
Prof. Dr. Marcelo Manzi Marinho (co-orientador – UERJ)
Profª. Drª. Vanessa Becker (UFRN)
Profª. Drª. Lúcia Helena Sampaio da Silva (UFRJ)
Profª. Drª. Simone Jaqueline Cardoso (UFJF)
Prof. Dr. Roberto Júnior Pedroso Dias (UFJF)

Outras informações: (32) 2102-3227 – Programa de Pós-Graduação em Ecologia

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