mestrado linguistica

Andressa Christine Oliveira da Silva defendeu a dissertação no dia 3 de março, na Faculdade de Letras (foto: Alexandre Dornelas/UFJF)

Uma pesquisa de mestrado na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) avaliou aspectos que demarcam como os falantes do português brasileiro compreendem e produzem a própria língua. A dissertação “Processamento prosódico na compreensão e produção de estruturas de tópico e sujeito no português brasileiro” foi apresentada pela acadêmica Andressa Christine Oliveira da Silva, no Programa de Pós-Graduação em Linguística. 

O processamento prosódico  pode ser descrito como a importância da melodia das falas nas interpretações, como os destaques, pausas e os elementos encontrados dentro dos discursos. A dissertação avaliou o processo da topicalização da língua portuguesa no Brasil, sobretudo com o enfoque na linguagem coloquial. Por meio da aplicação de atividades, o estudo buscou descrever e analisar como o falante compreende e produz a língua. 

Segundo a mestranda, a fala coloquial do português brasileiro apresenta características específicas na entonação, que permitem sua diferenciação das sentenças do sujeito. “Os nossos resultados indicaram que, do ponto de vista da compreensão/percepção, os ouvintes reconhecem as diferenças prosódicas entre as sentenças de tópico e as sentenças de sujeito, e que essas características prosódicas são informativas o suficiente para que eles diferenciem essas duas estruturas sintáticas no processamento.”, ressalta a acadêmica. “De modo geral, os resultados mostraram que a prosódia é importante no processamento linguístico, uma vez que os falantes usam as características prosódicas para processar essas estruturas.”, indica Andressa. 

A orientadora da dissertação, professora Aline Alves Fonseca, ressalta os aspectos inéditos da pesquisa: “existem estudos sobre a topicalização desde a década de 80 com levantamento de dados. Não havia nenhum de como os ouvintes têm essa percepção sobre a topicalização, este foi o ineditismo. Foi um estudo mais qualitativo do que quantitativo.” Andressa acredita que a originalidade do trabalho possa contribuir para a compreensão prosódica do português brasileiro: “Esperamos, também, ter somado evidências aos estudos que investigam o papel do componente prosódico no processamento mental de frases.” 

Banca examinadora:
Profa. Dra. Aline Alves Fonseca (orientadora – UFJF)
Profa. Dra. Maria Cristina Lobo Name (UFJF)
Profa. Dra. Carolina Ribeiro Serra (UFRJ)

Outras informações: (32) 2102 – 3135 – Programa de Pós-Graduação em Linguística