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Em 2015: montagem de “O Rei Pavão”, de José Luiz Ribeiro (Foto: Jesualdo Castro)

Comemorando 51 anos de teatro, o Grupo Divulgação (GD) exibe na Galeria de Arte do Forum da Cultura, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), a mostra “Grupo Divulgação: rotas e ritos”. A trajetória do GD é contada por meio de painéis com uma seleção de fotografias das cinco décadas de vivência teatral. A exposição permanece em cartaz até a próxima sexta-feira, dia 7, das 14h às 18h.

E na sexta-feira, data que marca o aniversário do GD, serão apresentados, às 20h30, os espetáculos “Auroras & Intervenções”, pelo núcleo de Terceira Idade e “Amigos” pelo elenco de Adolescentes. A entrada é gratuita, respeitando a capacidade do teatro.

A mostra

O GD celebra com o público uma história de amor e devoção pelo teatro. São 51 anos de uma trajetória de resistência e reflexões sobre a realidade social e humana, por meio de clássicos da dramaturgia universal e por uma linguagem própria desenvolvida no cerne do grupo. “Grupo Divulgação: rotas e ritos” reaviva, por meio da fotografia, a lembrança de montagens que marcaram gerações.

A década de 1960 marca o início dos trabalhos do GD; desse período destacam-se as montagens de espetáculos regionais como “Cancioneiro de Lampião”, de Nertan Macedo, e também textos de dramaturgos consagrados como “Bodas de sangue”, de Garcia Lorca, e “Pequenos burgueses”,de Górki.  Durante os anos de chumbo, que instituiu a censura na cultura brasileira, o GD demonstrou resistência ao encenar “Electra”, de Sófocles, e “Diário de um louco”, de Gogol, espetáculo proibido pela censura no dia da estreia e que foi apresentado depois com cortes feitos pelos censores.

Nos anos 70, o GD se dedica a montagens de autores consagrados como Molière, Pirandello, Goldoni, Jean Genet, Jorge Andrade e Nelson Rodrigues. Em 1972, o grupo estreia “A morta”, de Oswald de Andrade, inaugurando o Teatro do Forum da Cultura. A década também marca o início das apresentações destinadas ao público infantil. Deste período destacam-se “A onça de asas”, de Walmir Ayala, “Estórias de lenços e ventos”, Ilo Krugli e “O circo de bonecos”, de Oscar Von Pfuhl.

Os anos 80 consolidam a trajetória do GD por montagens como “Fausto”, de Göethe; “A casa de Bernarda Alba”, de Garcia Lorca; e “O mercador de Veneza”, de Shakespeare. O período pontua também a busca por uma dramaturgia autoral do grupo, a partir dos textos de José Luiz Ribeiro, como no aclamado espetáculo “Girança”, com primeira versão em 1985, e na montagem infantil “Guairaká”, de 1980.

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“Cuidados de Amor”, de José Luiz Ribeiro, foi encenada em 2014 (Foto: Jesualdo Castro)

As questões políticas e a realidade brasileira da década de 90 serviram de mote para as montagens do GD, assinadas por José Luiz Ribeiro como em “Era sempre 1º de abril”, encenada em 1990, e “O príncipe Rufião”, em 1998.  É desse mesmo período, “A escada de Jacó”, de 1995/1996; sucesso de público e crítica que tinha como pano de fundo os problemas enfrentados pelos idosos, em uma sociedade desumana e materialista.

Na mostra, o público poderá recordar alguns espetáculos encenados nos anos 2000, entre eles “Senhora da Boca do lixo”, de Jorge Andrade; e “A tempestade”, de Shakespeare. Da dramaturgia de José Luiz Ribeiro foram encenados “O círculo de giz de Brecht”; “Erguei as mãos” e “O menino dos caracóis”.

Além de diversão e humor como em “O doente imaginário”, de Molière, o teatro traz reflexões profundas sobre questões da humanidade. Foi assim em “Ossos do ofício”, “Cuidados de amor” e “A comédia da falha trágica”. O clássico “Romeu e Julieta”, de Shakespeare e a montagem infantil “Anjos e desarranjos” celebraram os 50 anos de trajetória do GD comemorados em 2016.  

Galeria de Arte

Localizada no segundo pavimento do Forum da Cultura, a Galeria de Arte é o espaço onde o público aguarda a abertura do Salão do Teatro. Instalada num local privilegiado, abriga uma produção eclética com exposições de artes plásticas, documentais e pedagógicas.

Em um espaço acolhedor, a Galeria tem três linhas de ação. A primeira dedica-se ao resgate da pintura clássica juiz-forana; a segunda, a novos talentos abrindo espaço para carreiras iniciantes; e a terceira volta-se para a iconografia das artes cênicas.

O Forum da Cultura fica localizado na Rua Santo Antônio 1.112, no Centro da cidade.

Outras informações:  (32) 3215-3850  (Forum da Cultura-UFJF)