Em homenagem ao padroeiro de Juiz de Fora, o Museu de Cultura Popular, do Forum da Cultura da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), exibe, até o final deste mês, a mostra “Santo Antônio”. As visitações podem ser feitas de segunda-feira a domingo, das 14 às 18h. A entrada é gratuita.
Conhecido popularmente como o santo casamenteiro, Santo Antônio é comemorado no dia 13 de junho. Reverenciado, principalmente, pelas moças que sonham em se casar e pelos fiéis que buscam harmonia no matrimônio, o santo é um dos mais queridos e conhecidos entre os cristãos. Além das rezas e devocionais, existe uma variedade de simpatias feitas, geralmente, na noite que antecede o dia do santo, com o intuito de arrumar um bom marido e ter sorte no amor.
A exposição conta com várias representações de Santo Antônio em diversos materiais como cerâmica e madeira. Destaca-se uma imagem em madeira policromada do início do século XIX, oriunda da cidade de Ouro Preto (MG). O resplendor repousado sobre as cabeças do santo e do Menino Jesus ao colo, e a cruz em sua mão direita, produzidos em metal, carregam simbolismos da fé cristã. O público poderá conferir, ainda, obras oriundas de Aparecida do Norte, São Paulo, Juazeiro do Norte, Ceará e de Pádua (Itália). Também estão expostas peças em cerâmica pintada retratando os tradicionais casamentos na roça
Outro ponto da exposição destaca os festejos de junho tão tradicionais e comemorados em todo o Brasil. Uma maquete produzida por acadêmicos participantes do projeto Criação Cenográfica retrata os diversos elementos contidos em uma Festa Junina, como barraquinhas, roupas típicas e quadrilha. Duas peças em cerâmica pintada, oriundas das cidades de Guaratinguetá e Taubaté, mostram o Casamento na Roça, festejo caipira celebrado nos arraiais do interior do país.
O santo
Fernando Antônio de Bulhões nasceu em Lisboa no dia 15 de agosto de 1195. De família nobre, aos 15 anos entrou para um convento da ordem agostiniana e aos 20 ingressou na Ordem dos Franciscanos. Sua formação junto aos frades agostinianos, o fez receber a ordenação sacerdotal. Como padre, começou a ter mais contato com a Sagrada Escritura e sua facilidade em decorar texto o fez um grande pregador da palavra de Deus. Então, passou a ser considerado o primeiro grande professor de teologia da história. Sua posição na igreja o fez lutar contra os hereges, inclusive, os adultérios e casais em crises no casamento.
Não se sabe ao certo como começou sua fama de casamenteiro, contam-se muitas versões, mas a mais provável está associada à história de uma senhora, que cansada de passar fome, decide prostituir a própria filha. A garota não aceita a vontade da mãe e reza muito para Santo Antônio ajudá-la. Em uma de suas orações, agarrada à imagem do Santo, ela orou tanto que repentinamente um bilhete caiu em suas mãos. No papel, endereçado a um comerciante, estava escrito: “Senhor, por favor, dar a essa moça o equivalente ao peso desse bilhete em moedas de prata. Assinado: Antônio.” A garota correu até o estabelecimento e entregou o bilhete ao comerciante, que desacreditando resolveu ceder ao pedido da jovem e colocou o bilhete de um lado da balança e uma moeda de prata do outro. Para a sua surpresa, o bilhete pesou mais. O comerciante só conseguiu equilibrar a balança ao colocar 400 moedas de prata ali e foi então que o episódio tornou-se muito conhecido. A partir de então, a jovem começou a receber muitos pedidos de casamento, inclusive de bons rapazes, o que não tardou a desfrutar de um casamento feliz e duradouro. Desde então, muitas moças começaram a rezar para o santo toda vez que o assunto era casamento.
Santo Antônio morreu em Pádua, na Itália, em 13 de junho de 1231, com 36 anos. Por isso, é conhecido também como Santo Antônio de Pádua. Em 30 de maio, ocorreu a canonização de Santo Antônio na catedral de Spoleto, pelo papa Gregório IX e ano de 1263 em solene exumação dos restos mortais de Santo Antônio, é descoberta sua língua intacta.
O Forum da Cultura fica localizado na Rua Santo Antônio 1.112, no Centro da cidade.
Outras informações: (32) 3215-3850 (Forum da Cultura-UFJF)