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Alexandra Cristina Bento Silveira trabalhou com 36 alunos matriculados no 9° ano do ensino fundamental da rede estadual, em Matias Barbosa, com idades entre 14 e 15 anos (foto: Alexandre Dornelas/UFJF)

A mestranda Alexandra Cristina Bento Silveira desenvolveu estratégias que propõem um aprendizado abrangente e eficaz da literatura na rede pública de ensino, com o intuito de aumentar o repertório dos estudantes e fortalecer o letramento literário. A pesquisa, intitulada “Contos maravilhosos na escola: um caminho possível para o letramento literário”, foi apresentada nesta quarta-feira, 31, no Programa de Mestrado Profissional em Letras (ProfLetras), da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

A pesquisa foi feita em uma escola da rede estadual de ensino, localizada no município de Matias Barbosa, e contou com a participação de 36 alunos, matriculados no 9° ano do ensino fundamental, com idades entre 14 e 15 anos. A acadêmica apresentou aos estudantes diversas versões da história “Chapeuzinho Vermelho”, classificada como um conto maravilhoso, um gênero literário conhecido, popularmente, como conto de fadas.

Segundo a pesquisadora, em um momento inicial do estudo, foi verificado que os estudantes não possuíam o hábito de leitura de textos literários. Ela explica que a escolha do gênero, conto maravilhoso, ocorreu por conta das questões abordadas em seus enredos e pelo fato de possibilitarem reflexões acerca de arquétipos presentes no cotidiano dos alunos que participaram da pesquisa.

Durante a aplicação do estudo, os participantes tiveram contato com diferentes releituras de “Chapeuzinho Vermelho”. “Foi traçado um caminho de mediação de leitura, por meio de estratégias de compartilhamento da leitura, em que tínhamos a intenção de criar e fortalecer o entendimento da atualidade dos contos. Tivemos um resultado bem positivo, pois os alunos se identificaram com a história, conseguimos obter um maior interesse deles em sala de aula, com participação e foco nas atividades, e eles ainda demonstraram gosto pela leitura do texto literário.”

Além dos debates em sala de aula, os alunos foram desafiados a propor novas releituras do conto que, posteriormente, foram expostas aos demais estudantes da escola. De acordo com a pesquisadora, os participantes aprovaram a iniciativa e demonstraram interesse em continuar com as atividades. “A pesquisa também serve de modelo para outros professores que, muitas vezes, se sentem desmotivados em sala de aula. A partir dela, eles podem traçar novos caminhos que possam colaborar com o aprendizado dos alunos por meio do foco e  incentivo da leitura literária.”

A professora orientadora da pesquisa, Érika Kelmer Mathias, ressalta que estes contos ganharam muito espaço no cinema nos últimos anos, com novas releituras. No entanto, os jovens não teriam noção de que essas produções remontam de uma longa tradição literária. Ela ainda destaca que, além da dissertação, a pesquisa originou um caderno pedagógico e, portanto, disponibiliza um “trabalho que tem uma dupla função, tanto com a teoria, na academia, quanto a prática, por meio de ações interventivas em sala de aula. Outros professores, se quiserem, podem trabalhar com essa mesma ação e ainda têm a liberdade de alterar a estratégia de acordo com a turma que atuam.”

 Contato:
Alexandra Cristina Bento Silveira (mestranda)
alexandra-bento@hotmail.com

Banca examinadora:
Prof.ª Dr.ª Érika Kelmer Mathias (orientadora – UFJF)
Prof. Dr. Marco Aurélio de Souza Mendes ( UFJF)
Prof.ª Dr.ª Maria Andréia de Paula Silva  (Ces-JF)

Outras informações: (32) 2102-3112 – Programa de Mestrado Profissional em Letras (Profletras)