Espetáculo perpassa por áreas de preconceito racial e de gênero (Foto: Márcia Falabella)

Espetáculo perpassa por áreas de preconceito racial e de gênero (Foto: Márcia Falabella)

“Mamãe, me acode” é o novo espetáculo do Grupo Divulgação, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), que estreia na próxima quarta-feira, dia 24, às 20h30. Com texto e direção de José Luiz Ribeiro, a peça segue temporada até 2 de julho, com apresentações de quarta-feira a domingo, no Forum da Cultura da UFJF. As reservas podem ser feitas pelo telefone (32) 3215-3850.

Um grito de socorro

Sob o prisma do humor, o espetáculo narra a trajetória de um jovem desempregado e sua procura por colocação. Nessa busca, ele encontra diversas oportunidades que, por falta de aptidão, acaba por desperdiçá-las. O embate social e os diversos espaços percorridos mostram uma radiografia da sociedade atual, a necessidade de entender os novos tempos e a falta de qualificação que dá origem a uma sociedade caótica.

Além disso, o espetáculo perpassa por áreas de preconceito racial e de gênero, intolerância religiosa e sistemas de corrupção tão atuais, quanto à sede e o abuso de poder nos diferentes grupos sociais. “Mamãe, me acode!” é um grito de socorro bem humorado que fará com que as pessoas pensem os diferentes núcleos nos quais estão se fechando a nossa sociedade, nesta época individualista e horizontal.  Com um final surpreendente, a história promete provar que não se pode mais confiar em ninguém.

A estética

Mais uma vez o Grupo Divulgação imprime seu traço mordaz, mostrando nos quatro apoios de cenário os signos indiciais de cada cena: as flores sobre uma pequena cristaleira mostram o traço feminino da personagem que rege os destinos da casa; a Bíblia sobre a estante da sala do pastor dignifica a palavra e sua força da sedução dos fiéis; a garrafa térmica com vários copos simboliza o ponto de encontro dos funcionários públicos na hora do café, onde informações são trocadas e opiniões ampliam o julgamento social; e a máscara tribal, que ocupa o lugar de destaque na ONG que trabalha com os direitos humanos, representa as diversas faces comportamentais e, em muitas das vezes, conflitantes.

A atriz Márcia Falabella vive Ilma, uma funcionária em uma repartição pública (Foto: Dowglas Mota)

A atriz Márcia Falabella vive Ilma, uma funcionária em uma repartição pública (Foto: Dowglas Mota)

No elenco, Márcia Falabella vive a personagem Ilma, funcionária em uma repartição pública. Franklin Ribeiro é Fábio, o irmão folgado em busca de emprego para ajudar nas despesas de casa. Vinícius, vivido por Renan Sousa, é o irmão estudioso, mas não tão exemplar, que vive às custas das bolsas da universidade. Victor Dousseau dá vida ao Pastor Rodrigues, que lidera seus fiéis seguidores. Igor Santos é Gumercindo, líder de uma ONG que luta pelos direitos dos afrodescendentes.

O elenco ainda conta com os atores Marcus Saramela, Marina Metri, Ricardo Barros, Ada Medeiros, Carolinne Ferreira, Juliana Satlher, Marina Lopes, Paula Landim, Lucas Lima e Rachel Alexandre. Na sonoplastia, Aline Rodrigues e Luiz Eduardo Mendes, e na iluminação, José Luiz Ribeiro.

Os ingresssos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada)

O Forum da Cultura fica localizado na  Rua Santo Antônio 1.112, no Centro da cidade. 

Outras informações: (32) 3215-3850 (Forum da Cultura-UFJF)