O Laboratório Kizomba Namata, do curso de Geografia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), realiza nesta quarta-feira, 10, o evento “Direitos quilombolas e a formação de roteadores sociais”. A atividade tem o foco de promover um diálogo entre movimentos quilombolas e representantes dos poderes Executivo e Judiciário e ocorre a partir das 9h, no Anfiteatro 2 do Instituto de Ciências Humanas (ICH).

O evento é parte do projeto de mestrado “Interveniências do Estado e o direito ao território quilombola na Zona da Mata mineira”, da mestranda Ane Elyse Fernandes Silva, do Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGEO). Na avaliação da estudante, existe uma distância entre o poder público e as comunidades quilombolas. “Essa separação é muito relacionada ao cenário político-econômico e social. Entre essas comunidades há um déficit de acesso e de conhecimento de seus direitos. Existe uma certa demanda dessas próprias comunidades pela aproximação, mas há barreiras que impedem isso.”

A opinião é compartilhada pelo coordenador do Laboratório Kizomba Namata e orientador da dissertação de mestrado, Leonardo Carneiro. “Tanto o governo federal quanto o do estado não têm capilaridade para chegar às comunidades quilombolas, assim como as comunidades não têm acesso às informações ou não estão burocraticamente preparadas para dialogar com o Estado. A pesquisa tem demonstrado esse hiato e, com essas informações em mãos, podemos buscar soluções. As inquietações que surgiram na pesquisa dela promoveram esse evento.”

A programação conta com roda de conversa entre lideranças quilombolas estaduais e nacionais e representantes de órgãos públicos como o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG). A entrada é franca e aberta às comunidades interna e externa à Universidade.

Programação

9h (Anfiteatro 2 do ICH) – Roda de Conversa “Os desafios do reconhecimento dos direitos quilombolas no Brasil” – Dr. Estevão Pereira Couto – Defensor Público Federal (DPU) – Titular do Ofício de Direitos Humanos e Tutela Coletiva.

13h30 (Sala C-I-03) – Reunião da Rede de Saberes dos Povos Quilombolas (Rede Sapoqui) com Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ); N’Golo (Federação das Comunidades Quilombolas do Estado de Minas Gerais) UFJF – Laboratório Kizomba Namata; Defensoria Pública da União (DPU); Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA); Empresa de Assistência e Extensão Rural (EMATER); Movimento Negro Unificado (MNU); Superintendência Regional de Ensino – SRE – Juiz de Fora e Ubá e lideranças quilombolas.

Outras informações: (32) 2102-3101 – Instituto de Ciências Humanas (ICH).