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Lívia Fagundes (ao centro, de camisa verde) com a banca examinadora após a defesa da tese, no dia 19 de abril (foto: arquivo pessoal)

Os letramentos do cotidiano vivenciados pelos alunos fora do colégio podem servir de base para aqueles experienciados e compartilhados no ambiente escolar. Foi visando trabalhar esse fenômeno, que a acadêmica Lívia Fagundes Neves Dorini desenvolveu sua tese de doutorado na UFJF. Ela apresentou a pesquisa no Programa de Pós-Graduação em Linguística, com o título “Letramentos Cotidianos e Escolares: Interface na Educação de Jovens e Adultos.”  

Segundo a pesquisadora, o objetivo do trabalho foi verificar se havia relações e interfaces entre as duas possibilidades de letramentos abordadas. Para realizar o estudo, Livia Fagundes utilizou a metodologia de pesquisa qualitativa. Ela contou com a participação de oito alunos e uma professora do projeto EJA – Educação de Jovens e Adultos – de uma escola municipal de Juiz de Fora.

“Durante uma semana os alunos tiveram que escrever numa espécie de diário as atividades deles durante aquela semana e se tinham lido e escrito alguma coisa. Além disso, responderam um questionário, e,  depois do diário e do questionário, fiz uma entrevista com cada um deles para tentar entender o que os alunos liam e escreviam no seu dia-a-dia. Em relação à professora, foram observadas 12 aulas para analisar como era o trabalho da docente com a escrita e leitura na sala de aula e o que os alunos liam e escreviam na escola, para comparar com o que eles liam e escreviam no dia a dia”, conta a doutoranda.

No resultado da pesquisa qualitativa, segundo Lívia, ficou evidente a pouca aproximação entre o letramento escolar e o letramento cotidiano desses alunos. Sobre o interesse no tema da pesquisa, a doutoranda revela que vem de uma experiência pessoal. “Quando comecei a trabalhar no magistério foi como professora no EJA. Trabalhei 6 anos com esse público. Então, sempre tive interesse em pesquisar sobre essa modalidade.” De acordo com a acadêmica, ainda há uma grande quantidade de analfabetos no país e o EJA tenta cumprir o papel de suprir essa lacuna na educação brasileira. “Acho interessante que quanto mais discussões tiverem sobre esse assunto e mais possibilidades forem pensadas nessa área, poderemos, então, contribuir com o cenário educacional que nos deparamos.”

Para a professora orientadora, Marta Cristina da Silva, observar se há de fato uma articulação entre letramentos escolares e não escolares nesse contexto de ensino e aprendizagem é uma modalidade que já tem recebido vários estudos recentemente e que ainda demanda mais investigações. “A tese da doutoranda Lívia Fagundes tem uma grande contribuição para a área. O fato da pesquisadora ser professora pode incentivar futuras pesquisas, podendo, assim, continuar colaborando para que a área se expanda e produza frutos que cheguem à sala de aula.”

Contatos:
Lívia Fagundes Neves Dorini (doutoranda)
liviafagundesneves@yahoo.com.br

Marta Cristina da Silva (orientadora)
martacris.silva@gmail.com

Banca Examinadora:
Profa. Dra. Marta Cristina da Silva (orientadora – UFJF)
Profa. Dra. Denise Barros Weiss (UFJF)
Profa. Dra. Tânia Guedes Magalhães (UFJF)
Profa. Dra. Telma Ferraz Leal (UFPE)
Prof. Dr. Gilcinei Teodoro Carvalho (UFMG)

Outras Informações: (32) 2102-3135 –  Programa de Pós-Graduação em Linguística