“Apesar de todas as orientações fornecidas nos serviços de saúde, a adesão das mulheres à mudança comportamental e adoção de hábitos de vida saudáveis é um desafio, especialmente na prevenção do câncer do colo do útero”. A explicação foi dada pela enfermeira Angélica Atala Lombelo Campos na defesa da dissertação de mestrado “Risco para um exame citopatológico do colo do útero alterado e letramento funcional em saúde em mulheres assistidas pela estratégia de saúde da família”. Ela apresentou a pesquisa no Programa de Pós Graduação em Saúde Coletiva, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

A acadêmica afirma que há uma necessidade de estudar o tema devido à problemática da saúde da mulher e do entendimento de informações que as pacientes recebem. “ Percebo  que, apesar de todas as orientações fornecidas nos serviços de saúde, especialmente na prevenção do câncer do colo do útero, há ainda um déficit na compreensão das orientações médicas.” Diante deste contexto, Angélica destaca que seu estudo foi incentivado pela tentativa de buscar soluções para os problemas relacionados às áreas de saúde coletiva e saúde da mulher. “Veio a motivação de investigar os fatores associados ao alto risco em apresentar alterações no exame de Papanicolau, e também analisar o nível de entendimento das mulheres sobre as informações recebidas nos serviços de saúde.”

O estudo contou com a participação de 479 mulheres residentes na área de abrangência de duas Unidades de Estratégia de Saúde da Família de Juiz de Fora, na faixa-etária de 25 a 65 anos. Para a coleta de dados, utilizou-se um formulário eletrônico, que abordou fatores sociodemográficos, de apoio social, autoavaliação de estado de saúde, estilo de vida, morbidade, saúde da mulher e comportamento sexual.

Para a professora orientadora da dissertação, Maria Teresa Bustamante Teixeira, a pesquisa tem como papel fundamental servir para “a  avaliação do risco de apresentar um exame citopatológico alterado como uma ferramenta simples e de baixo custo, podendo ser útil para orientar a organização dos serviços de saúde, nortear profissionais da área e concentrar esforços para realizar testes de Papanicolau regularmente e estimular a modificação do estilo de vida, principalmente, em grupos populacionais com maior vulnerabilidade. Além disso, este índice ratifica as iniciativas de inversão do modelo assistencial de saúde uma vez que extrapola o caráter estritamente biomédico, focado na realização do exame, e leva em conta fatores de risco modificáveis, que podem contribuir para a alterar a história natural da doença”, destaca.

Banca Examinadora:
Maria Teresa Bustamante Teixeira (Orientadora – UFJF)
Maximiliano Ribeiro Guerra (Coorientador – UFJF)
Isabel Cristina Gonçalves Leite (UFJF)
Maria da Penha Baião Passamai (Uece)

Outras informações: (32) 2102 – 3830 – Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva