mestrado interinstitucional Minter

Armando Neto (em pé, à direita) com a banca examinadora na Faculdade de Educação da UFJF (foto: arquivo pessoal)

A experiência negativa e a dificuldade de aprendizado vividas durante o ensino médio levaram o professor de Química, Armando Gomes Neto, a fazer tudo diferente com seus alunos. Ele adotou atividades experimentais em sala de aula e decidiu utilizá-las também em sua dissertação de mestrado “O ensino da Química e a Experimentação”. A pesquisa foi realizada através do programa de Mestrado Interinstitucional (Minter), desenvolvido por um convênio entre a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), a Universidade Federal de Roraima (UFRR) e o Instituto Federal de Roraima (IFRR).

Morador de Boa Vista (RR), Armando observou que nas escolas de sua cidade os experimentos não aconteciam com frequência. Decidiu, então, levantar a bandeira da experimentação no ensino de Química.  “Tenho consciência de que isso não vai resolver os problemas de ensino, mas é uma atividade a mais para ajudar os alunos no processo de aprendizagem”, acredita.

Armando constatou com a pesquisa realizada com estudantes do IFRR, onde leciona a disciplina, e de duas escolas da rede estadual, que existe uma vontade grande dos professores de desenvolverem projetos experimentais, mas eles são barrados pela escassez de verbas, falta de material ou, quando ele existe, a situação é precária. “Muitos professores realizam experimentos com recursos próprios. Eles seguem as orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio e conseguem tirar coisas importantes desses documentos, mas dentro do que é possível realizar com o pouco que têm disponível”, justifica o acadêmico.

O pesquisador revela ter constatado que houve melhorias no ensino, no que diz respeito à experimentação, mas esse avanço ainda está longe de ser significativo. “Temos que levar em consideração também a nossa região. Lá, não encontramos, por exemplo, reagentes pedidos em manuais de Química para experiências”, lamenta.

Para o orientador da pesquisa, o professor da Faculdade de Educação (Faced) da UFJF, Dileno Dustan, o estudo contribui especialmente para o ensino em Roraima. “A maior parte do material didático adotado no Brasil é produzido no Sudeste e, por isso, possui mais características dessa região. Pensar em experimentos que ajudem o ensino é uma forma de contestar a homogeneidade que os livros querem impor. É preciso rever certas práticas e considerar que o país é diverso e que os livros e a forma de ensinar têm que privilegiar essa diversidade”, explica o professor.

Parceria

A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), através da Faculdade de Educação (Faced), firmou convênio com a Universidade Federal de Roraima (UFRR) e o Instituto Federal de Roraima (IFRR) para programas de Mestrado Interinstitucional (Minter) e Doutorado Interinstitucional (Dinter). As aulas são presenciais, os alunos de Roraima vêm à Juiz de Fora ou os professores vão até lá para ministrá-las. Em alguns casos, as aulas são realizadas por videoconferência. O convênio existe há dois anos e, para o professor Dileno Dustan, essa parceria “reforça o compromisso da UFJF de ir além de seus muros.”

Contatos:
Armando Gomes Neto
armando@ifrr.edu.br

Dileno Dustan
dilenodustand@gmail.com

Banca Examinadora:
Dileno Dustan (orientador – UFJF)
Cristhiane Carneiro Cunha Flôr (co-orientadora – UFJF)
Graziela Píccoli Richetti (UFJF)
Rita de Cássia Oliveira (Rede Municipal de Ensino Juiz de Fora)
Lorene Figueiredo de Oliveira (UFF)

Outras informações: (32) 2102-3665