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Aulão contou com a presença da Professora de Poder Judiciário e Política da Faculdade de Direito da UFJF, Joana Machado; do Bacharel em Ciências Humanas, Filosofia e graduando em Psicologia, Thiago Rodrigues, e do graduando em Filosofia, Frederico Krepe. (Foto: Luiz Carlos Lima)

O Centro Acadêmico (CA) do Curso de Psicologia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) promoveu nesta quarta-feira, 19, um Aulão com tema voltado para os impactos das reformas promovidas pelo governo Temer no país. O evento ocorreu no Anfiteatro III, do Instituto de Ciências Humanas (ICH), e contou com a presença da Professora de Poder Judiciário e Política da Faculdade de Direito da UFJF, Joana Machado; do Bacharel em Ciências Humanas, Filosofia e graduando em Psicologia, Thiago Rodrigues, e do graduando em Filosofia, Frederico Krepe, que deram um panorama a respeito de alguns tópicos relacionados à conjuntura política atual.

Responsável por discorrer sobre a influência da Proposta de Emenda Constitucional 55 (referente à estipulação de um teto máximo anual para gastos públicos em áreas como a saúde e educação) na vida da população, Thiago Rodrigues explicou que a iniciativa do Aulão surgiu a partir do interesse de muitos alunos da Faculdade de Psicologia em pautas relativas à política nacional. “Talvez nós tenhamos um pouco de deficiência nesta área de discussões sobre política no âmbito acadêmico, porque apenas alunos das Ciências Sociais, Filosofia, Bacharelado em Ciências Humanas acabam tendo um pouco de noção desse tipo de assunto, através de tópicos distribuídos em algumas disciplinas, mas nós somos seres políticos e política não está só no macro, ela está também no micro”, disse Thiago.

Frederico Krepe apresentou uma discussão a respeito de inclinações políticas gerais e como se dá o conceito de direita e esquerda nesse contexto. Segundo ele, discutir sobre estes assuntos é essencial, principalmente no momento que o país está vivendo. “Sinceramente, independente da posição que a pessoa tome, eu acho que o pior dos mundos é quando existe um estado de apatia completo e você terceiriza a sua participação política. Eu acho que nós somos seres livres e políticos, então temos de ir pra rua, temos de defender o que acreditamos”, revela Frederico, que insiste no valor da participação acadêmica nas discussões que envolvem o universo político.

A professora de Poder Judiciário e Política da Faculdade de Direito da UFJF, Joana Machado, também esteve no evento e discutiu sobre os impactos da reforma da Previdência, anunciada pelo Governo Federal, na vida dos trabalhadores. “Eu acho que o Aulão é uma iniciativa muito importante como forma de resistência a uma lógica que vem crescendo no meio educacional, que é essa lógica de despolitização. A gente vê o programa ‘Escola sem partido’, que vende a ideia de que a escola precisa ser um ambiente neutro, mas que tem toda uma vinculação partidária, que tenta recuperar o avançar de forças conservadoras, de pensamentos mais retrógrados. Eu penso que afirmar a escola e a universidade como espaço de discussão política é colocar em concreto o que está na Constituição, que é a educação voltada para a formação cidadã. Se a gente abre mão deste tipo de discussão, a gente acaba adotando uma lógica muito tecnicista e supostamente neutra, o que não existe. Estamos aqui para produzir um conhecimento que transforme”, pontuou a professora.