Estudantes aprovados  trocam experiências e estratégias usadas na seleção (Foto: Iago de Medeiros)

Estudantes Warley Silva, Andrezza Basso e Ludmila Silveira trocam experiências e estratégias usadas na seleção (Foto: Iago de Medeiros)

Para fazer parte da graduação em uma universidade estrangeira é preciso, mais do que nunca, se preparar como um maratonista. Não adianta apenas o sprint final, ser intercambista requer muito planejamento – melhorar a proficiência em língua estrangeira, pesquisar sobre a universidade desejada e se empenhar nas atividades extracurriculares são apenas algumas das estratégias da turma aprovada no último edital.

É o que a gente sempre pede: que eles se preparem com, pelo menos, um ano de antecedência. Pedimos isso, porque o processo é muito detalhado, então, quando o aluno se prepara, defende a vaga com mais segurança”, comenta o gerente do setor Outgoing da Diretoria de Relações Internacionais da UFJF, Thiago Coelli, destacando o bom nível dos candidatos da última seleção.

Para ingressar no Programa de Intercâmbio Internacional de Graduação (Piigrad) da UFJF, os candidatos precisam passar por quatro etapas. A primeira delas é a análise do Índice de Rendimento Acadêmico (IRA) do aluno e de seu curriculum vitae. A segunda consiste na avaliação do vídeo de candidatura enviado, seguida pela entrega da comprovação de proficiência em língua estrangeira, assim como de outros documentos definidos por cada instituição. A última etapa é a aprovação, por parte das instituições estrangeiras conveniadas, da candidatura dos alunos da UFJF aprovados e classificados nas três fases anteriores.

O edital de 2017 trouxe 305 vagas e 20 bolsas, de valor variável de acordo com o país.  As inscrições geralmente são abertas em novembro. Mas, para quem deseja um vaga, nunca é cedo demais para começar.

A estudante de Administração Andreza Basso, aprovada na Universitat Bochum na Alemanha, conta que sua principal estratégia foi buscar informações sobre o processo seletivo e participar do projeto Buddy, para ter contato com intercambistas na UFJF. Também leu editais e resultados de anos anteriores para saber o que era necessário para ir bem na seleção. “Acredito que todo processo seletivo te leva a uma autorreflexão sobre quais objetivos deseja alcançar e o que está disposto a fazer para isso. Eu gosto de novos desafios e participar deste edital foi um desafio pra mim.”

Espero voltar do intercâmbio outra pessoa, estou indo buscar experiência e conhecimento dentro do meu curso. Como estou indo para a Europa, que é berço do design, pretendo encontrar tendências e trazê-las para o Brasil – Ludmila Silveira

Além da pesquisa, da leitura e do estudo, Andreza recomenda aos candidatos que participem das atividades por prazer e não apenas para contar pontos. “É crucial gostar de participar dos projetos. Levei um ano e meio desde a decisão de participar, até conseguir a vaga. Então, participem de grupos de intercambistas, conheçam as experiências e tenham certeza de que querem e estão preparados para ir.” Já em clima de expectativa para as vivências no exterior, a estudante espera que a experiência contribua tanto para sua formação profissional, quanto para a pessoal.

Aluna do Bacharelado Interdisciplinar em Artes e Design Ludmila Silveira se prepara para o intercâmbio desde a edição do ano passado. Depois de perceber que precisava melhorar seu currículo, passou a apresentar trabalhos científicos, frequentar eventos, continuou em atividades de bolsas e a se esforçar mais nas matérias. Ludmila foi aprovada na Universidade de Évora/Design em Portugal e pretende retornar cheia de novidades. “Espero voltar do intercâmbio outra pessoa, estou indo buscar experiência e conhecimento dentro do meu curso. Como estou indo para a Europa, que é berço do design, pretendo encontrar tendências e trazê-las para o Brasil.”

Com destino à Universitat Passau na Alemanha, o estudante de Ciência da Computação Warley Almeida Silva, conta que sempre procurou por oportunidades que pudessem ser um diferencial em sua formação. Quando soube do Piigrad, Warley também fez uma leitura atenta dos editais anteriores e participou de diferentes eventos científicos com apresentação de trabalhos. Ele atuou como bolsista de treinamento profissional e do Grupo de Educação Tutorial da Computação (GETComp) por um ano. Warley cita o Seminário de Internacionalização e a Semana da Computação como eventos que resultaram em créditos para a seleção.

“Muitas pessoas acabam pecando por não elaborar tudo de acordo com os critérios estabelecidos no edital. É importante participar de todas as atividades que a UFJF oferece em diversas áreas. Essas atividades, além de contarem pontos na seleção, também contribuem para a formação profissional e pessoal”, indica Warley.  

Defendendo a candidatura pelo vídeo

A gravação do vídeo é a etapa do processo que mais gera dúvidas nos candidatos. A banca avalia principalmente os critérios e justificativas apresentadas pelo aluno para ter escolhido a instituição de destino; a argumentação do candidato sobre sua capacidade de representar a UFJF no exterior; e a capacidade do estudante em demonstrar de que maneira o intercâmbio pode contribuir para sua formação e para o crescimento da UFJF e de sua comunidade. Tudo isso em um minuto.

Letícia

Letícia Barbosa, a caminho da Espanha, conta que usou a técnica elevator pitch para conseguir montar o roteiro do vídeo (Foto: Iago de Medeiros)

O candidato deve iniciar o vídeo dizendo seu nome completo, curso na UFJF, país e universidade de destino pretendidos. Aspectos técnicos e estéticos não são considerados.  Andreza conta que sentiu dificuldade em abordar o conteúdo que gostaria dentro do tempo estimado. “Montei um texto e comecei a treinar até sair em um minuto, o que era essencial. Devo ter feito uns 30 vídeos até gostar de um e enviar.” Andreza usou os próprios tópicos exigidos no edital para a construção do vídeo, além de informações que já havia pesquisado sobre a universidade para a qual se candidatou.

A aluna do Direito Leticia Vieira Barbosa, que fará o intercâmbio na Universidad Castilla la Mancha, na Espanha, recorreu a técnica “elevator pitch”. Usada por empreendedores e vendedores, é uma forma de apresentar resumidamente uma proposta, para conquistar o público ou um investidor. “Tracei um roteiro de todos os pontos mais importantes que eu queria destacar e que, ao mesmo tempo, respondiam as perguntas exigidas pelo edital,  retirei todas as informações que não eram necessárias, falando só o essencial”, explica. “Treinei algumas vezes para fazer as ideias estabelecerem um sentido e cronometrei o tempo antes de gravar definitivamente.”

Próximas etapas para os aprovados

O candidato aprovado deve estar atento aos próximos passos. Isso porque a última etapa do processo de seleção do Piigrad consiste na candidatura dos alunos nas universidades do exterior. A aprovação será comprovada pelo envio, por parte da instituição estrangeira conveniada, de carta de aceite. Os selecionados devem acessar o portal de candidaturas do PIIGRAD da UFJF para instruções.