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Lago Batata foi estudado pela acadêmica em sua dissertação de mestrado (foto: By Carolina Teixeira de Melo Franco (Own work) [CC BY-SA 3.0 (http://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0)], via Wikimedia Commons)

A mestranda Iollanda Ivanov Pereira defendeu a dissertação “Zooplâncton como indicador da restauração de ambiente aquático impactado pela atividade de mineração: É possível recuperar a diversidade de funções?”. O estudo foi apresentado no último dia 21 de fevereiro, no Programa de Pós-Graduação em Ecologia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

A acadêmica realizou a pesquisa com ênfase no Lago Batata, um lago amazônico, circundado pela vegetação de Igapó, que entre os anos de 1979 e 1989 recebeu efluentes usados na lavagem de bauxita. “A dissertação teve como objetivo comparar a eficiência, de processos induzidos e naturais de restauração ocorridas no lago, em restabelecer a diversidade funcional zooplanctônica”, esclarece a mestranda.

A acadêmica informa, ainda, que, para amenizar os danos da mineração de bauxita, um programa coordenado pela Mineração Rio Norte (MRN), em convênio e parceria com universidades federais de todo o país, monitora e planta mudas da vegetação de igapó no solo às margens do lago. O trabalho também é responsável por depositar folhas nos períodos de seca, com a finalidade de recuperar o  Lago Batata.  Segundo Iollanda, aproximadamente 24 milhões de toneladas de rejeito mineral foram lançados no lago durante os dez anos de atividade mineradora, impactando 30% de sua área. O processo de restauração induzido busca recuperar essa zona atingida e os zooplânctons, pequenos organismos que vivem na água, se alimentam de algas e servem de alimento para outros organismos maiores, como peixes.  A presença deles é um indicador importante para aferir a eficiência do reflorestamento de igapós.

“Os resultados encontrados no trabalho demonstram que o programa de restauração do Lago Batata, teve um importante papel no reestabelecimento da composição e diversidade funcional zooplanctônica. Ou seja, o estudo demonstra que quanto ao conjunto destes organismos e aos papéis que eles desempenham no ambiente, as áreas em recuperação são muito parecidas com as áreas naturais do lago”, afirma Iollanda. Uma vez que os resultados da reconstituição de vegetação nativa se mostram positivos no caso do Lago Batata, ele se torna um exemplo para todos os demais ambientes aquáticos afetados por atividades mineradoras, mostrando que há recuperação da biodiversidade, quando há a restauração de florestas marginais.

Os orientadores da pesquisa, os professores Reinaldo Luiz Bozelli e Fábio Roland são autores do livro “Lago Batata: impacto e recuperação de um ecossistema aquático na Amazônia”, que aborda o projeto de restauração do Lago. Desta obra participa também o professor da UFRJ, Francisco de Assis Esteves. Os docentes já acompanham o desenvolvimento do programa há anos.

Contato:
Iollanda Ivanov Pereira Josué (Mestranda)
ioivanov@gmail.com

Prof. Dr. Reinaldo Luiz Bozelli (Orientador)
bozelli@biologia.ufrj.br

Prof. Dr. Fábio Roland (co-orientador)

Outras informações: (32) 2102 – 3227 – Programa de Pós-Graduação em Ecologia