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Andressa Assis realizou monitoramento de vírus na estação de tratamento de esgoto de Juiz de Fora (foto: Twin Alvarenga/UFJF)

A doutoranda Andressa Silvino Ferreira Assis defendeu, nesta segunda-feira, 19, a tese “Monitoramento de adenovírus e rotavírus em amostras de esgoto: otimização do protocolo de concentração viral e avaliação do impacto do tratamento”. A pesquisadora integra o Programa de  Pós-graduação em Ciências Biológicas – Imunologia e DIP/Genética e Biotecnologia, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

O estudo buscou mostrar que o indicador bacteriano do tratamento tradicional de esgoto, o qual avalia amostras de coliformes fecais, não é adequado para detectar vírus, tais como o adenovírus e o rotavírus. Replicados nas células do intestino, eliminados nas fezes e transmitidos pela rota fecal-oral, esses vírus são os principais causadores de problemas como a diarreia grave.

A pesquisa foi conduzida para otimizar o protocolo de processos que permitam a recuperação viral a partir do efluente tratado. Para tanto, adaptações no protocolo foram propostas. Além disso, foi realizado um monitoramento desses vírus na estação de tratamento de esgoto da cidade de Juiz de Fora, MG. Amostras de esgoto bruto, primário, lodo e efluente tratado foram coletadas bimensalmente em 2014. Andressa aponta que, durante o monitoramento, adenovírus e rotavírus ainda foram encontrados em efluente tratado, inclusive em amostras consideradas adequadas pelas legislações atuais.

O estudo é fruto de um trabalho sequenciado, que teve início ainda na graduação da acadêmica. “Trabalho com a professora Maria Luiza desde o começo. Fazíamos a pesquisa desses vírus em fezes de crianças; no mestrado, passamos para rios e córregos. A transição para a avaliação do esgoto aconteceu pela necessidade de considerar essa problemática, de que detectar vírus e bactérias são coisas diferentes”, observa Andressa.

De acordo com a co-orientadora, Maria Luzia da Rosa e Silva, o estudo aponta para a “necessidade de maiores investimentos no serviço de tratamento de esgoto, uma vez que apenas 10% do esgoto coletado é tratado atualmente em Juiz de Fora”, além da necessidade de “buscar um parâmetro microbiológico mais adequado que os coliformes termotolerantes para indicar a presença de vírus entéricos nos subprodutos (lodo e efluente tratado) que retornam ao ambiente.” A partir da pesquisa, a professora atenta para a possibilidade da formação de profissionais na área de virologia ambiental, campo ainda pouco explorado.

Contato:

Andressa Silvino Ferreira Assis (doutoranda)
andressasilvino@gmail.com

Betânia Paiva Drumond (Orientadora)
betaniadrumond@gmail.com

Maria Luzia da Rosa e Silva (Co-orientadora)
mluziars@yahoo.com.br


Banca examinadora

Betânia Paiva Drumond (UFMG)
Maria Luzia da Rosa e Silva (UFJF)
Marize Pereira Miagostovich (Fiocruz)
Pedro Augusto Alves (Fiocruz de Minas – Centro de pesquisa René Rachou)
André Luiz da Silva Domingues (UFJF)
Alessandra Barbosa Ferreira Machado (UFJF)

Outras informações: (32) 2102-3220 –  Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas – Imunologia e DIP/Genética e Biotecnologia da UFJF