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Carolina dos Santos Fernandes da Silva defendeu a tese no anfiteatro do Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (foto: Luiz Carlos Lima/UFJF)

 

Novas formas de tratamento contra a leishmaniose cutânea foram investigadas pela estudante do Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas (PPGCBIO) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Carolina dos Santos Fernandes da Silva. Ela defendeu nesta segunda-feira, 31, a tese de doutorado intitulada “Prospecção de peptídeos bacterianos com atividade antileishmania”, sob orientação da professora Vânia Lúcia da Silva.

O trabalho demonstrou o potencial da biotecnologia no ataque a doenças de tratamento complexo, tendo a Leishmania amazonensis, relacionada a leishmaniose cutânea, como principal objeto. “A resistência microbiana tem despertado grande preocupação na comunidade científica, pois o uso indiscriminado de medicamentos seleciona as bactérias mais fortes. Isso nos impulsiona a procurar novos agentes antimicrobianos e os peptídeos bacterianos têm se mostrado eficazes em alguns casos”, explica Carolina.

No trabalho foram realizados aproximadamente dois mil ensaios com bactérias e a forma promastigota de Leishmania sp. Entre as amostras testadas, Carolina observou 20 linhagens bacterianas com possibilidade de combater a doença, sendo que três delas Enterococcus sp., Staphylococcus sp e E. coli se mostraram mais eficientes no tratamento contra a Leishmania amazonensis. “Atualmente, as drogas que tratam a doença apresentam muitos efeitos colaterais e precisam ser usadas por tempo prolongado. Nossos estudos mostraram eficiência maior e apontam para a pesquisa de novas drogas contra leishmania.”

Doença negligenciada

Dentre as infecções parasitárias, as leishmanioses são consideradas pela Organização Mundial de Saúde como doenças negligenciadas. Cerca de 12 milhões de pessoas no mundo são acometidas pela doença. Vinte espécies de leishmania infectam o homem e apenas 1% das novas drogas são destinadas ao tratamento da enfermidade.

“Devido ao grande número de pessoas infectadas vivendo em áreas tropicais e em regiões de pobreza, essas doenças são responsáveis por um grande problema de saúde pública mundial. Associado a isso, o arsenal terapêutico utilizado no tratamento dessas doenças são considerados caros, de tempo prolongado e com elevada toxicidade, o que impulsiona cada vez mais a busca por novos agentes antimicrobianos”, considera a orientadora Vera Lúcia da Silva.

O trabalho de Carolina foi realizado em parceria com os Laboratórios de Fisiologia e Genética Molecular Bacteriana do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) e o Núcleo de Pesquisa em Parasitologia (NUPEP) do ICB/UFJF e contou com a colaboração da Profª. Elaine Soares Coimbra, co-orientadora da aluna.

Banca examinadora

Profª. Vânia Lúcia da Silva (orientadora)
Prof. Cláudio Galuppo Diniz – Co-orientador (Departamento de Microbiologia/UFJF)
Profª. Elaine Soares Coimbra – Co-orientador (Departamento de Parasitologia/UFJF)
Profª. Priscila de Faria Pinto – Convidado interno (Departamento de Bioquímica/UFJF)
Profª. Clarice Abramo – Convidado interno (Departamento de Parasitologia/UFJF)
Profª. Juliana Alves Resende – Convidado externo – UFES
Profª. Aline Dias Paiva – Convidado externo – UFTM

Outras informações: (32) 2102-3223 – Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas