Exposição Corpo Oco _ Espaco Reitoria _Foto_Twin_Alvarenga_UFJF_20092016

Exposição disponibiliza objetos de cerâmica em diversos formatos e suportes para visitantes interagirem (Foto: Twin Alvarenga/UFJF)

O espectador é instigado a ouvir o som do seu próprio corpo na nova exposição do Espaço Reitoria da UFJF, em cartaz a partir desta terça-feira, 20. Em “Corpo Oco”, do Coletivo Feminino de Arte – O Círculo de Mulheres de Arte da Terra, são reunidos corpos esféricos de cerâmica, de diversos tamanhos, espessuras e cores. Espalhados e em pilhas, os objetos conduzem o público a explorar o espaço expositivo, a fim de produzir uma escuta diferenciada do corpo humano no contato com as diferentes peças.

“Entendo que é a reverberação de si o sentido maior dessa experiência – essa perspectiva de autoescuta e de deixar o mundo ressoar. A cerâmica aqui não é vista como objeto de apreciação visual, mas sonora”, explica Isabela Frade, coordenadora do coletivo, vinculado ao Ateliê de Cerâmica Centro Cultural da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Coart/Uerj). 

Segundo a educadora e artista juiz-forana Daniele de Sá Alves, integrante do coletivo O Círculo, o trabalho propõe uma conexão com o atual cenário do país e com a campanha “A Universidade é pública, meu corpo não!”, da UFJF, evidenciando o feminino na arte e na vida, onde as relações simbólicas são construídas por meio da escuta, da transformação dos corpos, da reflexão e da experiência sensível. A obra sugere a imersão em uma ambiência orgânica original do espaço da escuta. A exposição conta com o apoio da Pró-reitoria de Cultura.

O coletivo

Exposição Corpo Oco _ Espaco Reitoria _Foto_Twin_Alvarenga_UFJF_20092016

É o som do mar, do próprio corpo? A simbolização é livre, pessoal (Foto: Twin Alvarenga/UFJF)

O Círculo aborda a cerâmica artisticamente e o seu fazer, aliado a uma pesquisa tanto da veracidade da matéria quanto das relações simbólicas vinculadas a sua produção – memória pessoal e cultura; o saber erudito e o popular; o orgânico e o geométrico, o feminino no diálogo com o masculino, entre outras relações. Nesse sentido, suas integrantes pretendem olhar para o feminino na arte, contemporaneamente sintonizadas com os discursos multifacetados que as mulheres assumem nesse novo milênio.

O que despertou o interesse do grupo foi o formato do corpo esférico de barro/cerâmica e o som ouvido no contato com ele. Frequentemente esse som é identificado como barulho do mar ou até mesmo como o som da corrente sanguínea. “Apesar de cientificamente sabermos que não é nem o barulho do mar nem a amplificação da corrente sanguínea que ouço no contato com o corpo esférico, buscamos o lirismo dessa ação como fonte inspiradora do processo de pesquisa em arte”, esclarece Isabela Frade.

A artista levanta alguns questionamentos: “Pode o corpo ouvir, no contato com a esfera, o próprio corpo? Pode o corpo reverberar no labirinto circular da esfera? É o labirinto do ouvido no contato com o labirinto da esfera que possibilita o som?” Essas e outras dúvidas impulsionam suas pesquisas com a cerâmica.

Exposição Corpo Oco _ Espaco Reitoria _Foto_Twin_Alvarenga_UFJF_20092016

Redes de náilon ajudam a compor o ambiente para experimentações (Foto: Twin Alvarenga/UFJF)

Serviço
“Corpo Oco” – Coletivo O Círculo
Exposição
De 20 de setembro a 8 de outubro
De segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, e aos sábados, das 9h às 12h
Espaço Reitoria da UFJF (Campus da UFJF, Rua José Lourenço Kelmer, s/n, Bairro São Pedro) 
Entrada franca

Conversa e café com as artistas do coletivo
20/9, às 10h
Anfiteatro das Pró-reitorias da UFJF

Outras informações: (32) 2102-3964 (Pró-reitoria de Cultura da UFJF)