(Foto: Arquivo pessoal)

A convivência e a troca cultural com pessoas de outros países são, sem dúvidas, alguns dos principais ganhos de quem se aventura em um intercâmbio (Foto: Arquivo pessoal)

O que faria você querer estudar física e matemática em uma universidade localizada em plena Sibéria, na Rússia? Pois este é apenas um dos inúmeros desafios encarados pelos destemidos estudantes da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e do Colégio de Aplicação João XXIII, contemplados em programas de intercâmbio da instituição.

“Sempre gostei de coisas diferentes e o meu apreço pela Rússia fez com que eu me interessasse pelo idioma; além disso, sempre admirei a intelectualidade dos russos e o fato de serem pessoas mais fechadas, até porque eu mesmo sou uma pessoa mais fechada”, justifica Paola Delgado, aluna do curso de Física da UFJF, que vai para a Rússia estudar física, matemática e russo na Tomsk State Pedagogical University. Ela e outros 37 estudantes da UFJF foram beneficiados pelo PII-Grad 2016 – programa que ofereceu 20 bolsas de intercâmbio, para nove países diferentes: Portugal (18 alunos), Polônia (3), Itália (1), Japão (2), Coreia do Sul (1), Estados Unidos (2), Espanha (5), Alemanha (5) e Rússia (1), totalizando um investimento de R$ 360 mil.

Já o PII-João 2016 beneficiou 15 alunos do Colégio de Aplicação João XXIII – sendo 10 deles bolsistas – num total de R$ 50 mil distribuídos. Os estudantes do Colégio embaracam no último dia 6 de setembro e ficarão três semanas na Dinamarca, onde vão estudar no Colégio Mariagerfjord Gymnasium, através de uma parceria firmada entre a UFJF e a instituição de ensino estrangeira. Empolgados, alguns universitários e estudantes do Ensino Médio falaram sobre suas expectativas com a viagem e o período fora do país.

Primeiras impressões

“Sempre gostei de coisas diferentes e o meu apreço pela Rússia fez com que eu me interessasse pelo idioma", diz Paola (Foto: Arquivo pessoal)

“Sempre gostei de coisas diferentes e o meu apreço pela Rússia fez com que eu me interessasse pelo idioma”, diz Paola (Foto: Arquivo pessoal)

A convivência e a troca cultural com pessoas de outros países são, sem dúvidas, alguns dos principais ganhos de quem se aventura em um intercâmbio. Mas este primeiro contato nem sempre é tão fácil e algumas surpresas podem surgir no caminho. “O mais impactante, para mim, é o habito alimentar pesado dos habitantes, com muita comida processada e gordurosa. O organismo logo sente a diferença. Fora que comida fresca e saudável, nos Estados Unidos, custa muito caro”, conta Douglas de Almeida Moreira, bacharel em Artes e Design pela UFJF e aluno do Bacharelado em Design, que está na cidade da Philadelphia, estado da Pennsylvania, para estudar métodos de produção industrial na Temple University.

Já a aluna do 2º ano do Ensino Médio do Colégio João XXIII, Isabelle Milani, afirma que o contato com estrangeiros a ajudou a entender um pouco mais sobre o modo de vida das pessoas, fora do Brasil. “Nunca fui para a Dinamarca e eu sei um pouco sobre o meio que eles estudam lá, que é bem diferente do nosso, com quatro aulas por dia, cada aula com uma hora e meia. Eu já hospedei uma dinamarquesa na minha casa, então espero que seja uma experiência muito boa, cheia de novidades e espero aprender muito, principalmente sobre respeito e igualdade, pois a sociedade dinamarquesa é reconhecida por ser bastante igualitária”.

Expectativas

A experiência de morar em outro país mexe com o imaginário de qualquer pessoa, e, segundo os intercambistas, os desejos e as expectativas são os melhores possíveis. “Eu estou muito ansiosa, ainda não caiu a ficha da quantidade de coisas que vou viver e aprender lá. E eu falo isso pensando muito mais no crescimento pessoal que o intercâmbio vai me proporcionar. Eu espero voltar com histórias lindas sobre Portugal, pois com certeza vão marcar muito minha passagem universitária”, diz Verônica Bernadino, aluna do oitavo período do curso de Jornalismo da UFJF, que vai para Portugal estudar comunicação na cidade de Setúbal.

Alunos do João XXIII embarcaram no dia 6 de setembro (Foto: Assessoria João XXIII)

Alunos do João XXIII embarcaram no dia 6 de setembro (Foto: Assessoria João XXIII)

Para Paola, a especificidade de um país tão diferente quanto a Rússia – que pode provocar estranhamento aos olhos menos adaptados – serve como motivação para que os ensinamentos adquiridos com o intercâmbio reflitam em sua trajetória profissional e em sua vida cotidiana. “Estudar física em russo vai ser uma experiência incrível, porque é um outro jeito de ver a vida de pensar ciência. Acho que até mesmo a especificidade da língua influencia nisso, na maneira como os pensamentos se formam na cabeça das pessoas. Vou aprender mais sobre resolução de problemas, que com certeza vão acontecer. Tudo isso prepara o aluno, de uma forma geral, tanto na vida profissional, quanto na esfera cidadã”, afirma.

Verônica concorda e afirma que o intercâmbio também serve para que se quebrem alguns estereótipos sobre a cultura desses países. “Hoje eu sei muito mais da cultura portuguesa, e desmitifiquei-a justamente por procurar mais sobre a cidade e as produções locais. Setúbal, por exemplo, é uma das maiores cidades produtoras de vinho e é muito legal saber que vou poder conhecer tudo isso de muito perto”, finaliza.

Outras informações: Diretoria de Relações Internacionais da UFJF