Evento marca também a décima edição do “Ciclo de Conferências: estudos sobre o negro”, em parceria com o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Foto: Gabi-Müller)

Com o intuito de incentivar a leitura da literatura contemporânea brasileira e latino-americana, a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) sedia, nos dias 25, 27 e 29 de julho, a “Semana da Mulher Negra e Escritora 2016”. O evento é uma iniciativa das escritoras e mestrandas do Programa de Pós-graduação em Estudos Literários, Juliana Costa, escritora da antologia Cadernos Negros, e Nanny Zuluaga Henao, intercambista e escritora colombiana. O encontro é gratuito e aberto ao público em geral, sem necessidade de inscrição.

A palestra de abertura, com o tema “Mulher, Escrita e Sociedade”, será ministrada por Míriam Alves, escritora e poetisa contemporânea e de renome nacional e internacional, autora de obras como “Brazilafro” e “Estrelas no Dedo”. Esse primeiro encontro será no dia 25, às 18h, no anfiteatro da Faculdade de Letras, e contará com emissão de certificado de participação. 

Já no dia 27, às 15h, estará aberto o Sarau Palenque, que trará expressões negras do Brasil e de outros países da América Latina, no espaço aberto em frente à cantina da Faculdade de Letras. Além disso, o Sarau contará com microfone aberto a participação do público.

Sob a coordenação de Adenilde Petrina, Miriam Alves e Vozes da Rua, o último dia do evento será marcado pela relação do Rap com a poesia, através da apresentação “A Poesia e Hip Hop: do Verso ao BBboy”, no dia 29, às 15h, também no espaço aberto. Para as idealizadoras do evento, Juliana e Nanny, “o Rap, assim como a poesia de escritores afro-brasileiros, também objetiva o empoderamento e é instrumento para a luta antirracista”.

O evento marca também o décimo encontro do “Ciclo de Conferências: estudos sobre o negro”, em parceria com o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab) da UFJF.

Sobre a data
No dia 25 de julho, comemora-se o Dia da Mulher Afro-latina-americana e Caribenha. A história da data na América Latina começa a partir de 1992, em Santo Domingo, na República Dominicana, durante o 1º Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, como marco internacional da luta e da resistência da mulher negra.

A fim de discutir as questões étnico-racial, de gênero e xenofobia, a data foi sancionada, no Brasil, em 2014, como o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Tereza tornou-se símbolo de liderança e luta pela liberdade devido à sua trajetória no século XVIII. Ela foi líder de sua comunidade quilombola na primeira capital do Mato Groso, Vila Bela da Santíssima Trindade, após a morte de seu marido. Benguela resistiu à escravidão por mais de 20 anos e chefiou a estrutura econômica, administrativa e política da comunidade.