Com o objetivo de abordar perspectivas que influenciam o desenvolvimento de tecnologias no Brasil, o Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (Critt) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) oferece o curso Formas Institucionais, Trajetórias de Desenvolvimento e Inovação Tecnológica. Ministrado pelo diretor de Inovação da UFJF, Ignacio Godinho Delgado, acontecerá na próxima quinta-feira, dia 23, das 14h às 18h, no auditório do Instituto de Artes e Design (IAD), com entrada gratuita.
O curso será dividido em duas sessões. A primeira tratará de variedades do capitalismo que agem no processo de inovação tecnológica e, a segunda, das estratégias de países semiperiféricos para avançarem nesta área. O objetivo, segundo Delgado, é trazer reflexões sobre o processo de inovação no Brasil, seus pontos positivos, negativos e as necessidades de mudança.
De acordo com ele, a apresentação dos diferentes modelos de gestão das organizações tem o intuito de expor suas possíveis utilizações na elaboração do perfil inovador brasileiro, que mistura padrões opostos, para que se entenda como foi construída a ideia de desenvolvimento tecnológico que é trabalhada no país atualmente.
Delgado destaca que o Brasil é reconhecido como um país semiperiférico por mesclar o desenvolvimento tradicional com a matriz inovadora. Segundo ele, a principal característica destes países é apostar na implementação de multinacionais para atingirem a inovação. “Isto faz com que estes países sofram um tipo de submissão tecnológica com relação às potências inovadoras mundiais, porque o que produzem acaba ficando em segundo plano, não é muito relevante para estas multinacionais.”
Nos últimos anos, conforme explica o diretor, o estímulo ao empreendedorismo e à inovação tecnológica no país têm tentado romper as limitações deste modelo. “A proposta é trabalhar para gerar empresas que não estejam contaminadas com o antigo padrão de ‘vender’ nossas ideias para as multinacionais estrangeiras.”
Para ele, a mudança, neste sentido, é fundamental para que o país seja reconhecido por seu desenvolvimento tecnológico. A solução, segundo ele, é criar uma mentalidade aberta à inovação, como já tem sido feito por meio de ações como as do Critt e outras organizações e fortalecer os laços entre as grandes empresas brasileiras e os inovadores. “Isto é necessário para garantir que o trabalho desenvolvido aqui não seja mais submetido a olhares externos. Não se trata de excluir a participação estrangeira, mas de valorizar o processo de inovação nacional.”
Outras informações: (32) 2102-3435 (Critt-UFJF)